MAL DE ALZHEIMER: ALTERAÇÕES CEREBRAIS, SINTOMAS E TRATAMENTO


A tradução desse artigo e todo o material subjacente, é o primeiro passo nesta série que inicio. O restante, será para cuidadores, que são a parte mais sofrida e menos cuidada nessa doença.
Então vou repetir o que coloquei no início do livro “Como lidar com um diabético teimoso: Perigos, Subterfúgios e Mazelas de uma cuidadora”:

“Existem apenas quatro tipos de pessoas no mundo.
Aqueles que foram cuidadores.
Aqueles que são atualmente cuidadores.
Aqueles que serão cuidadores e aqueles que precisarão de um cuidador”.
Rosalyn Carter

O Mal de Alzheimer é uma doença cerebral progressiva que causa problemas de memória, pensamento e comportamento em adultos mais velhos. O transtorno afeta cerca de 44 milhões de pessoas mundo afora, e é a quinta causa de morte em pessoas com 65 anos ou mais.

O nome é frequentemente usado como sinônimo de demência, que é uma devastadora perda da memória e funções cognitivas em pessoas idosas.

Demência é um termo abrangente que serve para definer um declínio nas capacidades mentais, grave o suficiente para interferir na vida diária. Alzheimer é uma forma específica de demência, responsável por 50 a 70% dos casos da mesma.

O primeiro caso de Alzheimer foi descrito em 1906 pelo Dr. Alois Alzheimer, neurologista alemão, que identificou 2 dos principais traços físicos da doença ao examinar ao microscópio o tecido cerebral de uma mulher após a sua morte: 1- aglomerados anormais de proteínas (agora conhecidos como placas amilóides) e 2- feixes emaranhados de fibras nervosas (agora chamados neurofibrilas ou tau ).

ALTERAÇÕES CEREBRAIS

Uma explosão de pesquisas nos últimos cinco anos trouxe mais luz sobre o que acontece de errado no cérebro durante a doença de Alzheimer.
Quatro coisas são vistas no tecido cerebral de uma pessoa que morreu da doença: os 2 traços que o Dr. Alzheimer observou, além de perda de células nervosas e inflamação.
O aumento das placas (depósitos de proteína que se acumulam nos espaços entre as células nervosas), é amplamente acreditado de ser o que inicia a doença no cérebro. Emaranhados de proteínas (proteínas tau) podem se acumular dentro das células nervosas e, junto, com o aumento do número de placas, podem bloquear a comunicação entre as mesmas.
A perda contínua de conexões entre as células nervosas as prejudica de tal maneira que elas não conseguem mais funcionar adequadamente nas partes do cérebro afetadas, e acabam morrendo. Usualmente inicia-se na parte co cérebro ligada à memória, depois, à medida que mais células nervosas morrem, partes do cérebro que controlam o raciocínio, a linguagem e as habilidades de pensamento também são afetadas, e o tecido cerebral começa a encolher.
Os pesquisadores também suspeitam que a inflamação (ação excessiva das células imunes no cérebro) desempenha um papel importante na progressão da doença e é mais do que um efeito colateral.


SINAIS E SINTOMAS

As alterações cerebrais associadas à doença de Alzheimer podem começar uma década ou mais antes que a pessoa comece a sentir os sintomas
O sintoma inicial mais comum é a dificuldade em lembrar informações recém-aprendidas, como conversas recentes, eventos ou nomes de pessoas. Mas, nem todo mundo tem problemas de memória inicialmente, e algumas pessoas podem primeiro desenvolver mudanças de comportamento, dificuldades de linguagem ou problemas de visão.

Segundo a Clínica Mayo, os sintomas em pessoas com formas leves a moderadas de Alzheimer podem incluir:

• Repetição de declarações e perguntas repetidas .
• Esquecer conversas, compromissos ou eventos e não lembrá-los mais tarde.
• Não saber onde colocou coisas que usa rotineiramente e freqüentemente colocando-as em lugares ilógicos.
• Perder-se em lugares familiares.
• Esquecer os nomes de entes queridos e objetos do cotidiano.
• Problemas em encontrar as palavras certas para identificar objetos, expressar pensamentos ou participar de conversas.
• Ter dificuldade em se concentrar, pensar e gerenciar finanças.
• Dificuldade para executar atividades rotineiras, como cozinhar e jogar um jogo favorito e, eventualmente, esquecer como fazer
tarefas básicas, como se vestir ou tomar banho.

A doença de Alzheimer também causa os seguintes sintomas de humor e comportamento:

Apatia
Depressão
Insônia
Desconfiança
Alucinações e delírios
Raiva, agitação e agressão
Perda de inibições
Mudanças de humor
Retraimento social
Perambular e sair andando sem destino (é importante que pacientes com Alzheimer portem bracelets medicos com o nome e o telefone do cuidador, no caso se perca)
Pessoas com estágio avançado de Alzheimer experimentam uma perda severa da função cerebral e tornam-se completamente dependentes de outros para seu tratamento.
De acordo com os Institutos Nacionais de Saúde, os sintomas durante esta fase podem incluir:
Perda de peso
Infecções da pele
Dificuldade para engolir
Convulsões
Gemendo ou grunhidos
Aumento do sono
Falta de controle da bexiga e intestino

CAUSAS E FATÔRES DE RISCO

As causas ainda não são claras, mas os pesquisadores suspeitam que a doença é desencadeada por uma combinação de fatores genéticos, de estilo de vida e ambientais que afetam o cérebro ao longo do tempo.
Envelhecer é o maior fator de risco para o desenvolvimento da doença .
A doença de Alzheimer de início precoce afeta pessoas com menos de 60 anos e algumas formas podem ser herdadas. Mas a doença de início precoce representa menos de 10% de todas as pessoas com o transtorno. A doença de Alzheimer de início tardio é a forma mais comum da doença, e seus primeiros sintomas podem aparecer após os 65 anos.

Além da idade, outros fatores de risco para a doença de Alzheimer:

História Familiar: Pessoas cujos pais ou irmãos têm Alzheimer, têm um risco um pouco maior de contrair a doença.
Hereditariedade: mutações genéticas, como a herança do gene da apolipoproteína-E, podem contribuir para o desenvolvimento da doença (As mutações genéticas representam menos de 1% dos casos)
Síndrome de Down: Os portadores dessa Síndrome correm mais risco de ter Alzheimer porque têm três cópias do cromossomo 21, o que pode levar ao desenvolvimento de mais placas amilóides no cérebro.
Comprometimento cognitivo leve (MCI). As pessoas com MCI têm mais problemas de memória do que o normal para a idade, mas os sintomas não interferem em suas vidas. MCI pode aumentar o risco de desenvolver a doença de Alzheimer.
Ferimentos graves na cabeça: lesões na cabeça têm sido associadas a um aumento do risco de Alzheimer.
Baixos níveis de escolaridade: pessoas com menos de ensino médio tem maior risco.

DIAGNÓSTICO

Embora não haja um teste para diagnosticar a doença de Alzheimer, os médicos podem examinar o paciente em busca de sinais de derrame, tumores, distúrbios da tireóide ou deficiências de vitaminas, pois esses fatores também afetam a memória e a cognição.
Os médicos também farão um exame físico para avaliar o equilíbrio, a força e a coordenação motora do paciente e realizar testes neuropsicológicos de memória, linguagem e habilidades básicas de matemática. Juntamente com a revisão do histórico médico do paciente, o médico também pode pesquisar familiares ou amigos sobre o comportamento do paciente e mudanças de personalidade.
Nos últimos anos, a tomografia por emissão de pósitrons (PET) que pode detectar se placas ou emaranhados estão presentes, tem sido usada para diagnosticar ou monitorar a doença, especialmente em pesquisas.Outro avanço é o do uso de líquido cefalorraquidiano (punção lombar), para medir as concentrações anormais de proteína no cérebro, o que indica a presença de Alzheimer.

TRATAMENTO

Não há cura para a doença de Alzheimer, mas existem medicamentos disponíveis que tratam alguns dos sintomas da doença.
Os inibidores da colinesterase são medicamentos que podem ajudar com sintomas como agitação ou depressão. Essas drogas incluem donepezil (Aricept), galantamina (Razadyne) e rivastigmina (Exelon).
Outra medicação conhecida como memantina (Namenda) pode ser usada para retardar a progressão dos sintomas em pessoas com Alzheimer de moderado a grave. Antidepressivos também são usados para controlar os sintomas comportamentais.
Os especialistas concordam que, além da medicação, fatores relacionados ao estilo de vida, como a permanecer física, mental e socialmente ativos, podem ajudar o cérebro. Uma dieta rica em frutas, legumes e grãos integrais, com quantidades moderadas de peixe, aves e laticínios também pode ser benéfica.

PESQUISA

A pesquisa se expandiu significativamente na última década.
Dezenas de testes clínicos visam encontrar tratamentos para retardar a progressão da doença ou tratá-la ou mesmo preveni-la.
Ensaios clínicos anteriores se concentraram na prevenção do aumento de placas no cérebro, mas essas terapias experimentais não conseguiram grandes exitos.
Em vez de se concentrar em placas, testes recentes de drogas se concentraram em outros três objetivos para novas terapias.
Uma delas é descobrir se existem maneiras de fazer as células nervosas remanescentes do cérebro funcionarem melhor e com mais eficiência. A segunda busca maneiras de se livrar dos emaranhados no cérebro, e a terceira está investigando se a diminuição da inflamação pode prevenir alterações cerebrais prejudiciais.

Artigo original clique aqui

Alzheimer’s disease: Unraveling the Mystery  clique aqui

Alzheimer's treatments: What's on the horizon? clique aqui

Human Brain: Facts, Functions & Anatomy clique aqui


6 Big Mysteries of Alzheimer's Disease clique aqui


10 Early Signs and Symptoms of Alzheimer's clique aqui

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Mayo Clinic Minute: Seeing Alzheimer's in a new way clique aqui

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