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Mostrando postagens de janeiro, 2015

O OPOSTO DE DROGADEPENDÊNCIA NÃO É SOBRIEDADE.

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Este ano faz 100 anos desde que as drogas (algumas) foram oficialmente banidas e vimos o desenvolvimento de teorias e práticas de todos os tipos, para se lidar com o problema. Os USA instituiu a “guerra às drogas” e aprendemos ou ouvimos histórias sobre dependências e dependentes, a dependência como doença e os milhares de tratamentos e/ou intervenções que parecem crescer como fungos por toda a parte. Tendo passado a maior parte de minha vida profissional trabalhando exatamente na área, aprendi umas coisas e tive que desaprender outras tantas. Algumas das coisas que me incomodavam profundamente no discurso do “nós bonzinhos que lutamos contra as drogas”,foram: 1-Nunca me senti lutando ou quis lutar contra drogas, pelos seguintes motivos: a)Como médica, uso “drogas”, que em medicina são chamadas de medicamentos, para aliviar sintomas e promover tratamentos. De que maneira vou querer um mundo sem drogas? Quero sentir a dor de ser cortada feito galinha assada quando e se necessitar de

EM DEFESA DA LERDEZA

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Estava aqui tendo um ataque de saudades de Carminha, minha secretária por tanto tempo que não precisa ser contado, e do mundo que costumava conhecer. O ataque deveu-se a um momento no qual me dei conta que estava perfeitamente enlouquecida, pois, domingo de manhã, teóricamente dia universal, pelo menos para mim, de folga de qualquer ligação trabalho/foco/organização, me vi, com um pé, fazendo cosquinhas em minha cachorrinha, o outro fazendo força numa especie de pedal, que faz parte da fisioterapia, uma mão segurando o celular e a outra digitando, mandando e mail, textando, organizando artigos, selecionando rotas alternativas na estrada, fazendo lista de supermercado. E só me dei conta da insanidade, porque súbitamente a cachorra ganiu, o celular saiu voando de minha mão, e dei um chute no pedal. Que qui é isso, companheira? Sentada no chão, acalmando a ganinte enfurecida canina, comecei a pensar sobre o que, sub repticiamente, estava me acontecendo. Primeiro, que detesto celular

EM DEFESA DO ESCULACHO

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“Os maiores males infiltram-se na vida dos homens sob a ilusória aparência do bem” . Erasmo de Rotterdam E lá se foi uma semana da tragédia em Paris. Saldo: 22 mortos (12 do Charles, 3 policiais, 4 pobres coitados que, pecado dos pecados, faziam compras num mercado, os 2 atiradores da revista e um assecla.). Concomitantemente, em Baga, na Nigéria, o Boko Haram, grupo islâmico extremista, fuzilou cerca de 2000 pessoas, em sua maioria velhos, mulheres e crianças, que “não conseguiram correr a tempo” (http://jezebel.com/boko-haram-massacre-kills-up-to-2-000-mostly-women-ch-1678541680 ), e uma menina de 10 anos, embrulhada em explosivos, foi explodida num mercado em Maiduguri, também na Nigéria, matando uns 20 e ferindo cerca de 50. E, cerejinha no bolo, a fantástica demonstração de “Je suis Charlie”, nas ruas de Paris, em nome da liberdade de expressão, tendo à frente os seguintes campeões da anteriormente citada: Presidente Recep Tayyip Erdogan, da Turquia, onde aconteceu o maior númer

CARO NETINHO, MEMORIZE.

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É início de ano e esse foi um presente que recebi de um amigo na Bahia. Não me lembro se comentei com ele minha paixão pelo Umberto Eco, o que não tem a mais remota importância, no frigir dos ovos. Decidi traduzir, porque é uma lição para todos nós, e não somente o netinho do citado. Neste artigo que saiu na revista ESPRESSO, o semiólogo e escritor manda uma carta ao netinho, com uma reflexão sobre a tecnologia e um conselho para o futuro: memorize, desde rimas infantis, à formação de seu time de futebol, ao nome dos empregados dos 3 Mosqueteiros, porque a Internet não pode substituir o conhecimento, nem o computador nosso cérebro. “Caro netinho meu, Não quero que essa missiva natalina pareça por demais deamicisiana, e exibisse conselhos a respeito de amor por nossos semelhantes, pela pátria, pelo mundo, ou coisas do gênero. Você não me daria atenção e, no momento de colocar tudo em prática (você adulto e eu ultrapassado), o sistema de valores estará tão modificado que, provavelment