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Mostrando postagens de junho, 2012

NÓS ESSES ATRAPALHADOS III: Estatísticas e História

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As estatísticas são assustadoras:  Portadores de TDAH têm 400% mais lesões causadas por acidentes, 300% mais violações do transito, risco de uso de drogas aumentado em 47%, a chance de terem doenças sexualmente transmissíveis aumentada em 57%%, a chance de ter filhos durante adolescência é 45% maior e tem 39% a mais de chances de serem presos do que a população em geral. Se isso não fosse sério o suficiente, ainda tem que lidar com mitos tais como: Esse distúrbio não existe, é só uma desculpa para falta de educação São mimados demais e só precisam de disciplina A coisa passa depois da adolescência TDAH é ultra diagnosticada e excessivamente tratada Pais e professores só querem medicar as crianças porque assim não causam problemas Os remédios viciam, são muito perigosos e prejudicam o crescimento. Só dá em meninos. Os pais não sabem educar. Pessoalmente, gosto muito de mitos, quando aplicados a civilizações antigas, e que de certa forma explicam

Nós, esses atrapalhados II - FUNCIONAMENTO SOCIAL.

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A função do conhecimento é a adaptação, isto é, sobrevivência.  Darwin nos ensinou que sobrevivem aqueles indivíduos, animais ou plantas, que melhor se adaptam às condições do ambiente onde vivem. É exatamente por esse motivo que vou falar hoje sobre o lado escuro da TDAH, como meta de prevenção. Sabendo o que pode vir a acontecer, podemos aprender como evitar. Um dos sintomas mais complicados do TDAH diz respeito ao FUNCIONAMENTO SOCIAL de seus portadores. Pessoas com TDAH simplesmente não sacam os sinais sociais, não percebem a linguagem corporal e muitas vezes “invadem” espaços dos outros. Costumam falar muito alto, interrompem a fala dos outros, agem de forma grosseira e vivem deixando escapar coisas sem pensar sobre elas. Divagam todo o tempo e raramente conseguem completar um pensamento sem pular logo para o seguinte. Não escutam e costumam ser considerados “insensíveis”. Sintomas de TDAH, que se iniciam na infância, costumam piorar bas

NÓS, ESSES ATRAPALHADOS

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Este vai ser um resumo traduzido de um livreto que fiz para um de meus netos.  Resumo, porque blog há que ser curto, e traduzido, porque foi escrito em inglês. Aliás isto de me traduzir a mim mesma está sendo uma das experiências mais estapafúrdias nesta minha já não tão normaloide vida.  Mas vamos ao que interessa: O que é mesmo essa coisa chamada de transtorno do deficit de atenção?  (ADD ou ADHD em inglês e TDA e TDAH em português). Para começar, este deve ser um dos distúrbios  mais pesquisados e, ao mesmo tempo, mais mal compreendido na história da humanidade. Por definição, é uma sindrome caracterizada por desatenção, hiperatividade e impulsividade, com 3 sub tipos: TDAD com predomínio de desatenção TDAD com predominio de impulsividade TDAD combinado. O problema é que a definição não chega nem perto de descrever pessoas reais com problemas mais reais ainda.  Assim, acho que o que se segue, chega mais perto. Se uma criança vive …

PRESTA ATENÇÃO!

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Quem nunca ouviu isso, levanta a mão e ganha um pirulito. Atenção é uma complicação. Mães berram a frase acima quando querem que façamos algo no qual não estamos interessados, namorados fazem o mesmo quando estão furiosos uns com os outros, e no geral, a maioria de nós relaciona a coisa a decorar textos na faculdade. Em neurologia, atenção é definida como um processo cognitivo multidimensional e como o primeiro passo no processo de aprendizagem. É o que nos permite planejar e é o que acaba controlando nossos pensamentos e ações. Todos os últimos estudos em ciências neurológicas apontam para o fato de que, aquilo em que prestamos atenção. define quem somos. Atenção exclusiva é também o primeiro e mais fundamental ingrediente em qualquer relacionamento. Qualquer vínculo, é impossível de ser formado com alguém que não pode ou não quer se concentrar em você. Aquilo no que focamos nossa atenção, passa a controlar nossos pensamentos e ações, isto é, nossa vida. Tudo aquil

COMO ASSIM?

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Como foi que esta criatura, tão apaixonada por Freud, mais ortodoxa do que caixa de maizena, como diria o Analista de Bajé (outra paixão), veio parar no mundo das Terapias Cognitivas e da Psicologia Positiva?  Pelo simples fato de que, como sabia Freud e como sabem todos os outros neurologistas depois dele, o cérebro é plástico e é o único órgão do corpo que se modifica com a experiência.  Qualquer experiência. E porque, a fim e a cabo, a busca é uma, o que diferencia são os métodos. Mesma coisa que a eterna luta entre religião e ciência. Em ambas, a busca é pela verdade. Em religião, é revelada e portanto, imutável; em ciência é pesquisada, analizada, revista, e, por conseguinte, extremamente mutável. E pronto, divaguei. O que me proponho hoje, é colocar pontos de contato entre psicanálise, terapias cognitivas e psicologia positiva, e porque a primeira funcionou tão bem num determinado momento historico-social e as outras duas, contemporâneas, neste out