5 DESCULPAS QUE NOS MANTEM ADOENTADOS E COMO DESTRUI-LAS
Excuses
(Neste artigo, o autor fala só da saúde física, mas
para saúde mental funciona exatamente do mesmo jeito. Vou ser horrível agora,
pode jogar ovo se quiser, mas nós nos acostumamos até a nos sentir mal. Digo
isso não somente porque é a base teórico/prática de minha profissão, mas porque
estive lá. Sei perfeitamente bem como é o processo de espiral descendente de
uma depressão, e do ficar quieto e apavorado no fundo do poço, porque pelo
menos é o fundo, não dá prá cair mais. E o pavor de tentar escalar de volta,
mesmo quando se vê uma luzinha lá em cima. E um dia, simplesmente dar o
primeiro passo. Um passo pra frente e 3 prá trás, depois dois pra frente e um
pra
Você não
precisa mudar. Sobreviver não é obrigatório. Demings
Todos nós seres humanos somos desenhados para escolher
o caminho mais fácil. Somos programados para conservar energia para usá-la
quando necessário e evitar riscos sempre que possível, simplesmente porque foi
o que nossos ancestrais precisavam para poder sobreviver e se reproduzirem num
mundo repleto de perigos desconhecidos.
E é simplesmente por isso que o status quo - testado, previsível, familiar - é tão confortável e
nos é tão difícil mudar, mesmo que nossas vidas dependam disso.
Claro que estou me referindo à nossa saúde.
Como já foi dito por Steven Pressfield e Seth Godin,
nós procrastinamos porque, em algum lugar lá no fundo, temos medo de começar.
A RESISTÊNCIA, ou cérebro reptiliano (veja no final do artigo a explicação e um
vídeo lindinho), vai brigar com unhas e dentes para nos manter exatamente
onde estamos, pois qualquer mudança implica em risco, e onde estamos é seguro (ou pelo menos estamos acostumados).
Mas, quando falamos em saúde, onde estamos não é seguro.
Conhecido sim,
mas não seguro.
As desculpas que usamos para justificar só mais um maço de cigarros, só
mais um programinha na TV, ou só uma passadinha na janelinha do MacD (tão
rápido e conveniente e tive um dia tão difícil!), são as ferramentas usadas
pelo medo de mudar.
Aquilo que dizemos para nos distrair, para fazer com que pareça certo,
pelo menos neste momento, nada mais é que uma cortina de fumaça.
Está na hora de desembaçar o meio de campo.
O que se segue é uma lista das 5 desculpas e medos mais comuns e que
mais nos debilitam, mantendo-nos adoentados e nos fazendo sentir sem nenhum
poder ou forças para mudar.
Descubra sua preferida e abra os olhos para a farsa que ela é.
Claro, planejamento é importante, mas neste preciso momento é apenas procrastinação.
Você sabe bem como funciona: "Antes de começar, tenho que ver as
roupas e os sapatos adequados, e me inscrever na academia, ah! sim, quase
esqueço, baixar músicas no iPod. Daí planejo as refeições e pronto, prontinha
para começar!"
Vai que qualquer hora se precise mesmo de tudo isso, mas primeiro,
simplesmente comece.
Simples, sai lá fora e sai andando, mais depressa ou mais devagar, do
jeito que quiser. Vai se divertindo, olhe as pessoas, prédios, plantas, tem
tanta coisa pra se ver; dai dá meia volta e volta prá casa.
Repete no dia
seguinte, e no próximo, fazendo mais à medida que seu corpo permitir. Vai
acelerando, por fazer pequenas coisas, todos os dias. Aí então está na hora de
começar a pensar em planejamento.
Neste preciso instante, nem pense em entrar em forma.
A coisa importante
é dar o primeiro passo.
Veja isso como um ensaio: empenhe-se em comer direito e se exercitar por
apenas uma semana, só prá ver como funciona. Seja curioso/a, brincalhão e bem
humorado, mas empenhe-se de verdade, defina algumas regras de base, informe
outras pessoas e NÃO TRAPACEIE.
No momento, esqueça tudo a respeito de metas a longo prazo. Apenas tome
nota de como se sente, prestando muita atenção a seu humor e atitude no geral,
que é exatamente onde aparecem as primeiras mudanças.
Quando terminar o prazo dado, congratule-se por ter ido até o fim. Aí,
se você não estiver todo animado para continuar, pode parar sem se sentir
culpado/a, e simplesmente mudar a abordagem.
Mas, de repente, você está se sentindo mais leve, com mais energia, mais
contentinho.
Esses benefícios adicionais são imediatos, não importa quão distante se está
de seu ideal (Importante ser lembrado de
que, se seu ideal é, digamos, virar cópia da Giselle Bundchen, você está se
dando um tiro no pé. Ela é ela, com sua genética, idade, estilo, e você é você
com o mesmo tudo, só que diferente).
A beleza dessa abordagem está no fato de que se muda o foco do resultado
para o processo e, ao mesmo tempo, não permite que a pessoa se sinta
"obrigada" a fazer algo que simplesmente não curte. (Não gosta de andar? Ponha uma dessas
bicicletas estáveis bem em frente da TV e manda ver... é só um exemplo).
Acredito piamente. Ninguém mais tem horas para gastar todas as noites
preparando uma refeição digna do Four Seasons, nem tem um PhD em juntar sabores
e texturas para criar pratos lindos, perfeitos e saudáveis.
Mas aposto que sabe seguir instruções. Em 5 minutos, dá para googlar
páginas com receitas simples, feitas em menos de meia hora.
Encare o cozinhar como uma oportunidade de trabalhar com suas mãos e de
estar presente no momento, colocando todo o foco em apenas uma coisa.
Curta os cheiros, as texturas, o processo. Naqueles domingos ocasionais,
quando fico 3 horas na cozinha fazendo pasta, ou lasanha vegetariana, é o tempo
mais meditativamente produtivo de minha semana inteirinha.
(Concordo em gênero, número e grau com o autor, e falo como italiana
que fugiu como o diabo foge da cruz das tentativas de minha mãe e avós de me
tornarem um gênio culinário como elas foram. E aí aconteceu a faculdade. E o
comer comida de hospital. E tirar no palitinho com um colega para ver quem ia
chamar a mãe no telefone para dar os passos de como fazer café. E tomar a mais
horrenda gororoba jamais inventada por mãos humanas. E ficar meia hora pensando
como se faz ovo cozido, não chamando a mãe de puro orgulho, e estragando vários
ovos no experimento. Hoje, more onde morar, tenho até meu jardinzinho de ervas,
tomateiro, alfaces diversas. Me acho o máximo criando meus próprios temperos!-
e para os curiosos, não, nem chego perto das supracitadas, mas com certeza me
divirto muito mais do que elas.)
Pode até ser que alguns riam, sim, provavelmente muito mais por causa
das inseguranças deles do que por qualquer outro motivo. Na realidade, a
maioria das pessoas está tão ocupada com as próprias vidas que provavelmente
nem vão perceber sua presença.
E aqueles que prestam atenção vão ser, em sua maioria, os que estão
mortinhos de inveja de sua determinação.
A cada semana, cerca de 5 milhões de pessoas assistem um programa
chamado "O Maior Perdedor". Acha que estão fazendo isso para rir? Não.
Assistem porque o programa os motiva, mesmo que nunca cheguem a tomar qualquer
atitude a respeito.
Quando as pessoas a/o veem dando duro para entrar em forma, isso os
lembra de que, de alguma maneira, eles também deveriam estar fazendo a mesma
coisa. Sem nem perceber, mesmo que você esteja fazendo a coisa só prá você
mesmo, já está se tornando um líder, liderando pelo exemplo.
Liderança é um
atributo extremamente atrativo.
Eu sei, eu sei, parece que todo o mundo está olhando, julgando. Mas,
acredite, lá dentro estão é torcendo.
A melhor maneira de melhorar, seja lá no que
for, é se juntar a pessoas que estão conseguindo, ou conseguiram, o que você
quer. Se quiser saber seu peso, some o peso de 5 de seus melhores amigos,
divida por cinco e vai achar excelente aproximação.
Por outro lado, quando em um grupo, vem o medo de ser "o fraquinho
da turma", aquele que impede o progresso. A maioria de nós, num momento ou
outro de nossas vidas, já passou por isso e não tem graça nenhuma.
Então, que fazer para superar esse medo?
Encare e aceite. Deixe as pessoas saberem, logo de cara, que você acha
que vai ter problemas para manter o passo. Informe-as de que elas podem ir em
frente, você vai acompanhar do jeito que der, e que está todo feliz de estar
junto e aprender com elas.
Pronto, claro e simples, nada mais para ter vergonha. Lá se foram as
dores e os potenciais problemas de se esforçar demais tentando evitar
constrangimentos. E, logo logo, lá está você ajudando a alguém novo no grupo e
apavorado com a idéia.
A hora para dar o primeiro passo é agora, que as desculpas foram
expostas como a falha que são, e antes que tenha tempo de criar melhores (falo
de desculpas).
Começar é a pior parte. À medida que notar os resultados, seus novos hábitos
ganham reforço, fica mais fácil. Vai descobrir que, quanto mais energia se usa,
mais aparece, e que se sentir bem é ótimo.
Claro, é mais do que natural
tropeçar na sombra no início do
processo.
Entrar em forma não é tão fácil quanto assistir TV ou encher
a
cara com nossos docinhos preferidos.
Não há duvidas a respeito.
O truque não é não cair, mas sim não
continuar
esparramado no chão quando acontecer.
Quando fizer besteira, use como oportunidade para se adaptar e melhorar,
e não uma razão para desistir.
E quando as danadas das desculpas vierem com força total, para um pouco,
sorria o sorriso da Mona Lisa e encare as danadas como elas são: um último
esforço de seu velho Eu, aquele confortável e que tem medo de mudanças, para
voltar para o jeito que as coisas costumavam ser.
Então, para de acreditar nas suas desculpas e comece.
Agora.
trás, e um
belo dia se percebe que, não só saiu, mas vai fazer seja lá o que for pra nunca
mais voltar.)
(Abaixo vai a tradução do vídeo, mas
mesmo que você não entenda uma palavra de inglês, assista do mesmo jeito, pois
vale a pena e é perfeitamente compreensível)
Cérebro reptiliano (Amigdala) é a
parte mais antiga do SNC.
É o responsável por: Medo-
Raiva - Negativismo.
Aquele lado que nos impede de ter
sucesso e que é também o responsável pelo reflexo de Luta ou Fuga.
Ele tem uma incrível sede de poder e
quer tomar conta de toda nossa vida, impedindo que tenhamos ideias novas ou
arriscadas, que sempre temos que ter um plano B, C, D e E, que se tivermos uma
ideia diferente vamos ser despedidos ou se começarmos um novo negócio
certamente iremos à falência.
É aquela parte que nos diz para ficarmos
quietos e fazer o que nos mandam fazer, sempre.
É a parte que entra em ação sempre que
estamos em perigo (real ou imaginário), e sob esse ponto de vista, é básico
para nossa sobrevivência.
Algumas de suas táticas para nos manter
exatamente onde estamos são:
Procrastinar;
Ser demasiadamente crítico de si mesmo
e/ou outros;
Criar ansiedade;
Ficar obcecado por detalhes;
Sempre achar uma boa desculpa.
Como combater a coisa ruim:
Permita-se ter idéias novas e diferentes.
Não faça um plano B.
Treine-se para fazer o exato oposto do
que o réptil está lhe dizendo.
Aceite as falhas e os erros como
experiências de aprendizado.
Não invente desculpas.
Se fizer promessas, mantenha-as.
Na medida em que se muda a perspectiva,
as coisas vão tomando diferentes proporções, e fica cada vez mais fácil ganhar
as batalhas.
E você vai ver que o enorme dragão é só
uma lagartixinha
Então, vai lá e faça a diferença
Comentários
Postar um comentário