10 Dicas de Como se Recuperar de Mágoas/Pesares
1- Saiba que cada pessoa se recupera diferentemente
Algumas pessoas se recuperam mais facilmente que outras, e isso não quer dizer que gostaram menos.
Cada um reage à morte de forma diferente.
Se você é umas dessas pessoas que reagem rápido, muito bem, mas se você é do tipo que leva anos, também está certo.
Se você é umas dessas pessoas que reagem rápido, muito bem, mas se você é do tipo que leva anos, também está certo.
2- Diga aos seus amigos o que você precisa
Amigos querem ajudar, mas às vezes eles precisam saber especificamente o que você precisa.
Aqui vão alguns exemplos:
Só senta aqui comigo. Não consigo falar agora;
Me abraça;
Escute minhas histórias;
De vez em quando, apareça assim de surpresa;
Aguenta as pontas comigo. Isso pode durar algum tempo;
Por favor, daqui a um ano, continue me perguntando como estou.
O perder alguém nos dá a entrada automática para o Clube dos Pesares.
É importante estar perto de gente que também passou por isso e que, por conseguinte, realmente entende seus pensamentos, sentimentos e experiências por todo o processo.
Quando você lhes diz que passou a noite berrando com a cara enfiada no seu travesseiro, não só vão entender, mas vão empatizar pelo simples fato de que também já fizeram isso.
Entrar em pânico porque passou o dia todo sem pensar no ente perdido e achar que o/a está esquecendo, os participantes do clube sabem e vão lhe dizer que faz parte da cura e não significa esquecimento.
Quando você lhes diz que passou a noite berrando com a cara enfiada no seu travesseiro, não só vão entender, mas vão empatizar pelo simples fato de que também já fizeram isso.
Entrar em pânico porque passou o dia todo sem pensar no ente perdido e achar que o/a está esquecendo, os participantes do clube sabem e vão lhe dizer que faz parte da cura e não significa esquecimento.
4-Tenha fé que o tempo cura
Quando se está no meio de imensa dor, é meio difícil até mesmo imaginar que aquilo pode melhorar um dia.
Esse é o momento exato para meter na sua cabeça, pelo menos na parte intelectual da mesma, que o tempo, eventualmente, tende a, senão curar, pelo menos cicatrizar as feridas.
5- Dá uma de alcoólatra anônimo, e sobreviva um momento de cada vez.
Quando você estiver sentindo que suas entranhas estão sendo arrancadas com pinças ferventes, lembre-se que as emoções, mesmo dores como essas, são transitórias. Continue respirando e espere pela diminuição da dor.
Vai diminuir. Juro.
Note que sua dor diminuiu. Isso vai ajudá-lo a aprender que você PODE passar por esse momento.
Note que sua dor diminuiu. Isso vai ajudá-lo a aprender que você PODE passar por esse momento.
Daí, prepare-se para superar o próximo.
6- Sinta-se à vontade com a profundidade de suas dores, sejam quais forem.
Lembre-se que as pessoas reagem de formas diferentes, de forma que, seja lá como for que você está fazendo, está fazendo de seu jeito, como pode.
Se sua dor é dura demais, às vezes pode produzir comportamentos com os quais não se está acostumado, tipo ajoelhar e gemer, ficar de quatro por dor física mesmo, se sentir maluco/a e fora do controle. Lembre-se, você não está maluco/a, só está se sentindo como se fosse.
Uma malvadeza da natureza é que, lá está você se sentindo muito melhor, tipo assim finalmente vendo a luz no fim do túnel e catapof...o trem em sentido inverso a atropela, e lá vem a dor redobrada.
Isso acontece porque a dor da perda não segue um padrão linear.
Pense nisso como uma espiral.
Você está realmente melhorando, mas no caminho, você está atravessando o mesmo pedacinho pelo qual já passou antes.
Faz parte. É o caminho da cura.
Simplesmente tenha misericórdia consigo mesmo/a.
8- Dá um tempo
Usualmente encorajo meus clientes que estão passando pelo processo de luto a darem um tempo. É OK se distrair da dor, pois ela vai estar lá quando voltar, quanto a isso, pode ter certeza.
Pega um cineminha, vai andar, lê um livro, faça um curso, saia com amigos pra jantar... seja lá o que lhe der na telha.
9- Acontece de estarmos tristes e rirmos, tudo ao mesmo tempo.
Uma de minhas clientes recentemente me contou como se sentiu culpada pois saiu para jantar com amigos, riu muito e acabou se divertindo imensamente. Sentiu-se culpada porque achou que isso significava que já estava esquecendo a mãe, recentemente falecida.
Expliquei a ela o item 8 acima, e que está tudo bem em dar um tempo pra dor.
Daí ela me disse que também tinha se sentido muito estranha pois, apesar de estar triste tinha conseguido rir e se divertir.
Esse fenômeno é simplesmente um desses momentos estranhos e esquisitos na vida quando estamos sentindo duas emoções, totalmente opostas e ao mesmo tempo. Provavelmente estão sendo sentidas em níveis diferentes, mas mesmo assim é esquisito.
Mas esquisito não quer necessariamente dizer errado, só que é, bom, esquisito. Adivinha só? Problema nenhum.
A tendência natural é tentar passar pela dor toda e voltar a seu normal. Mas não dá para voltar ao normal de ANTES do acontecido. Tanto você quanto seu mundo estão diferentes sem aquele ser amado neles.
Lembre-se que a palavra operativa aqui é DIFERENTE. Não ruim, péssimo, infame, só DIFERENTE. Algo a que você vai se adaptar.
Você vai desenvolver um novo NORMAL.
E aqui vai uma diquinha tipo bônus:
Não escute quem diz "Não se preocupe, você vai superar isso". Provavelmente a criatura que está dizendo uma coisa dessa não é membro do clube e não tem a menor idéia do que está dizendo.
Na realidade, uma coisa dessas nunca é superada. Você vai se lembrar sempre de seu ente querido, e cá e lá uma dorzinha sempre vai dar as caras, às vezes disfarçada de saudade.
Mas as coisas melhoram sim. Você vai se sentir melhor, e suas memórias vão mudar daquelas que produzem lágrimas para as que produzem risos e boas gargalhadas.
E não se preocupe, você nunca vai esquecer.
(Achei esse artigo tão redondo que até o momento não botei nenhum dedo de minha prosa pelo meio, mas findo que está, só quero dizer algo que me incomoda. Sempre que pensamos em luto, pensamos em morte física. Não pensamos que um relacionamento quebrado é uma forma de morte, com alguém que segue em frente - o que tomou a decisão da separação - e alguém que é largado pra trás. E também não se pensa que, de certa forma, a morte física traz consigo mecanismos sociais de suporte, como o dizer adeus no velório, na missa de sétimo dia, família e amigos juntos suportando os vivos etc...etc...
Num divórcio, por exemplo, não há o enterro dos sonhos e esperanças compartilhadas, nem o povo se junta para a despedida. Então o que quero dizer aqui é que todo o acima é absolutamente válido para o luto a ser passado na quebra de um relacionamento, mesmo que ninguém fisicamente morra no processo, principalmente a parte do desenvolvimento de um NOVO NORMAL. Salute amici!).
Mas as coisas melhoram sim. Você vai se sentir melhor, e suas memórias vão mudar daquelas que produzem lágrimas para as que produzem risos e boas gargalhadas.
E não se preocupe, você nunca vai esquecer.
(Achei esse artigo tão redondo que até o momento não botei nenhum dedo de minha prosa pelo meio, mas findo que está, só quero dizer algo que me incomoda. Sempre que pensamos em luto, pensamos em morte física. Não pensamos que um relacionamento quebrado é uma forma de morte, com alguém que segue em frente - o que tomou a decisão da separação - e alguém que é largado pra trás. E também não se pensa que, de certa forma, a morte física traz consigo mecanismos sociais de suporte, como o dizer adeus no velório, na missa de sétimo dia, família e amigos juntos suportando os vivos etc...etc...
Num divórcio, por exemplo, não há o enterro dos sonhos e esperanças compartilhadas, nem o povo se junta para a despedida. Então o que quero dizer aqui é que todo o acima é absolutamente válido para o luto a ser passado na quebra de um relacionamento, mesmo que ninguém fisicamente morra no processo, principalmente a parte do desenvolvimento de um NOVO NORMAL. Salute amici!).
Comentários
Postar um comentário