FORMIGAS E PENSAMENTOS NEGATIVOS E AUTOMÁTICOS


“Mudar não é necessário.Sobrevivência não é mandatória” - W. Edwards Deming.

Hoje, vamos falar das tais formigas que tem mania de invadir nosso cérebro, também chamadas de pensamentos automáticos e negativos.

Vou colocar em ordem alfabética, porque um não é mais importante que o outro, são todos, democrática e igualmente, irracionais.

Estragam nossa vida e de quem mais estiver por perto, e simplesmente nos impedem de viver nossa plenitude.

Auto Rotulagem: Quando se generaliza uma ou duas qualidades negativas num julgamento negativo global a nosso respeito. Ex: Fui mal numa prova e concluo que “Sou um fracasso!”

Qual pode ser a consequência deste tipo de pensamento? Ou realmente tornar-se um fracasso, ou desenvolver um sólido pânico de fazer coisas novas, pois “se não fizer, não há jeito de fracassar”.


Cartomancia: Prevendo o pior resultado possível em qualquer situação. Sofrendo por antecipação.

“Tenho a mais absoluta certeza que esse prédio que estão construindo vai tirar todo o sol do meu apartamento, vou ter mofo nos armários e vai ser terrível. Essas construtoras não tem qualquer consideração.” Meses depois descubro que o prédio tem 5 andares e eu moro no 12.

Catastrofização (anglicismo - catastrophizing): Esperar pelo desastre, remoendo o mantra “e se...” dos possíveis negativos de qualquer situação.

“Meu Deus, e se ele não ligar? E se esfriar demais? E se meu salto quebrar? E se chover? E se fizer sol? E se não der certo? E se o mundo acabar em dezembro de 2012?”.

Culpar: Culpar Deus e o mundo por nossos problemas/dores/ações, ou ir pelo caminho inverso e nos culparmos pelos males do universo.

Vingativa: As Frenéticas clique aqui
Você fez de mim uma hipócrita
Você fez de mim uma cínica
Você fez de mim uma mulher sem lar, uma malvada!...
...Por isso eu sou vingativa, vingativa, vingativa...

Falácias de Controle: Quando nos sentimos controlados por forças externas, nos vemos como indefesas vítimas do destino. Quando nos sentimos controlados por forças internas, nos vemos como responsáveis pela felicidade ou infelicidade de todos ao nosso redor.

“Toda minha vida foi decidida pelo destino” Sharon Tate.

“São as estrelas acima de nós que governam nosso destino” Rei Lear – W. Shakespeare.
(E quem tiver paciência, vai reler Hamlet e ver o que acontece com um príncipe guiado pelo fantasma do Pai)

Falácia da Equidade:
Quando decidimos que temos “A Verdade e A Justiça” em nós, portanto sabemos o que é justo para todo o resto da humanidade, ficando muito ressentidos quando alguém tem a audácia de ter ideias diferentes.

Os exemplos aqui podem ser tantos, que estou em dúvida por onde começar ou o que colocar, então acabo de me decidir pelo que considero o mal, escrito e escarrado: Genocídio, que é a ação decorrente da falácia acima explicada.

Adolf Hitler – Alemanha (1939-1945): 12 milhões de mortos entre judeus, gays e outras minorias;

Josef Stalin – Rússia (1932-39): 6 milhões de mortos entre os gulags, os expurgos e a fome na Ucrânia;

Ismail Enver - Turquia (1915-20): 3 milhões de defuntos entre armênios, gregos e assírios.

Caso queiram relato completo de todos os genocídios do séc XX e XXI, clique aqui

Falácia da Mudança: Quando esperamos que os outros mudem para atender nossas necessidades. Neste caso, precisamos mudar os outros porque achamos que nossa felicidade depende inteiramente deles.

“Todo mundo pensa em mudar o mundo, mas ninguém pensa em mudar a si mesmo” Leon Tolstoi.

Focar no negativo: Filtrando a parte boa, vendo somente o mal em qualquer situação, e, em não bastando, aumentar o tamanho da desgraça.

Um exemplo que tenho é uma historinha de fadas, que minha mãe amava e eu detestava:

A princesa e a ervilha. Uma princesa perdeu-se numa floresta. E tomou chuva, e tomou sol, e ficou com fome e com sede, e rasgou as roupas e ralou os joelhos, até que, já no extremo de suas forças, achou um castelo onde foi recolhida, lavada, alimentada, aguada, e, finalmente, posta para dormir em cima de 7 colchões. Na manhã seguinte, durante lauto café da manhã, foi inquirida se tinha passado bem a noite, quando respondeu que não, que havia algo nos colchões que a incomodara a noite toda, quando então a rainha do castelo disse que finalmente acreditava que a metida era uma princesa mesmo, pois havia colocado uma ervilha debaixo daquele mundo de colchões. Acho que casou com o príncipe, mas não tenho certeza, porque antes do final feliz, costumava informar a minha mãe que teria posto a criatura de volta na floresta, mal agradecida.

Generalização Excessiva: Concluir algo baseado num único evento ou incidente, pensando que, quando uma coisa ruim acontece, vai acontecer de novo, e de novo, ad infinitum.

Com Mais de 30 - Marcos Valle clique aqui
Não confie em ninguém com mais de trinta anos
Não confie em ninguém com mais de trinta cruzeiros
O professor tem mais de trinta conselhos
Mas ele tem mais de trinta, oh mais de trinta, oh mais de trinta...

Leitura da Mente: Achar que sabe o que os outros estão pensando ou sentindo, mesmo que não tenham dito nada.

“Eu sei que ele pensou que não fui promovida por meus méritos”
“Eu sei o que aquela piriguete estava pensando a respeito de meu namorado”

Pensamento em Preto-ou-Branco:
Pensar em palavras como - sempre, nunca, ninguém, todos, o tempo todo, tudo, etc.
"Sempre fui assim..." "Ninguém é completamente honesto..."

Pensar com seus sentimentos: Acreditar em sentimentos negativos, sem nunca
questioná-los ... "Eu sinto que... por isso deve ser verdade".

“Sinto nos meus ossos a falsidade das pessoas”

Pensar em termos de “Devo”, “Preciso”: Pensar nas seguintes palavras: Devo – Devem - Preciso – Precisam:

“As pessoas deveriam seguir meus passos...”, “Preciso fazer tudo perfeitamente”, “Eu deveria poder comer tudo que me desse na telha, sem engordar”.

Personalizar: Investir eventos inócuos com significado pessoal. Pensar que o que outros fazem ou dizem é uma reação a nós ou ao que fazemos.

“Não consegui o emprego que tanto queria...devo ser um desastre de pessoa.”

Próximo post: Se livrando das formigas

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