TRADUÇÃO DE 7 FRASES USADAS POR GASLIGHTERS, NARCISISTAS, SOCIOPATAS E PSICOPATAS PARA SILENCIA-LA (O)
O gaslighting é uma erosão insidiosa do senso de realidade de uma pessoa, criando um nevoeiro mental de proporções épicas, tipo aqueles espelhos que distorcem imagem, no meio de um nevoeiro. Um narcisista maligno usa essa técnica, envolvendo o/a parceiro em discussões malucas com assassinatos de caráter, onde desafiam e invalidam pensamentos, emoções, percepções e sanidade do outro. O gaslighting permite que narcisistas, sociopatas e psicopatas exauram as outras pessoas a ponto destas se tornarem incapazes de reagir. Em vez de encontrar maneiras de se distanciar dessa pessoa tóxica, a vítima é sabotada em seus esforços para encontrar uma sensação de certeza e validação naquilo que experimentou.
O termo “gaslighting” originou-se na peça Gas Light, de Patrick Hamilton em 1938, na qual, um marido manipulador levou sua esposa à loucura, fazendo-a questionar suas experiências. Foi ainda mais popularizado na adaptação cinematográfica de 1944, Gaslight, um thriller psicológico sobre um homem chamado Gregory Anton, que mata uma cantora de ópera famosa e depois se casa com sua sobrinha, Paula, para convencê-la de que está ficando louca a ponto de ser institucionalizada, porque queria roubar o resto das jóias de sua família.
De acordo com o Dr. George Simon, as vítimas de gaslighting podem sofrer de uma ampla gama de efeitos colaterais, incluindo flashbacks, ansiedade elevada, pensamentos intrusivos, baixo senso de autoestima e confusão mental. Em casos de manipulação e abuso severos, pode levar até ideação suicida, autoflagelação e auto-sabotagem.
O gaslighting pode assumir diferentes formas, desde o questionamento da saúde mental de alguém, até direto desafio das experiências vividas. Os narcisistas, psicopatas e sociopatas a usam como estratégia para minar a percepção de suas vítimas, a fim de evitar ser responsabilizados por seus abusos. Esses perpetradores podem usar a técnica de forma insensata e sádica, porque lhes falta remorso, empatia ou consciência para ter quaisquer limites quando aterrorizam ou secretamente provocam alguém. É algo assim como um assassinato encoberto com as mãos limpas, permitindo que o criminoso fuja com seus maus-tratos enquanto descreve as vítimas como as agressoras.
Abaixo vão as frases mais comumente usadas para aterrorizar e esgotar suas vítimas, traduzidas no que elas realmente significam.
Essas frases, quando usadas cronicamente no contexto de um relacionamento abusivo, servem para rebaixar, depreciar e distorcer a realidade das vítimas de abuso.
1.VOCÊ É LOUCA/ VOCÊ TÊM PROBLEMAS DE SAÚDE MENTAL/ VOCÊ PRECISA DE AJUDA
Tradução: Você não é o doente aqui. Você está apenas descobrindo quem eu realmente sou por trás da máscara e tentando me responsabilizar pelo meu comportamento infame. Prefiro que você questione sua própria sanidade, só assim posso continuar acreditando que você é o problema, ao invés de minha própria ilusão e manipulação. Enquanto você acreditar que é quem precisa de ajuda, eu nunca vou ter que assumir a responsabilidade de modificar meus próprios modos desordenados de pensar e agir.
Os narcisistas e psicopatas brincam de “psiquiatras sorridentes” com suas vítimas, tratando-as como pacientes indisciplinados. Diagnosticar suas vítimas com problemas de saúde mental por terem emoções é uma maneira de patologizar suas vítimas e minar sua credibilidade; isso é ainda mais eficaz quando os agressores são capazes de provocar reações em suas vítimas para convencer a sociedade de que elas é que tem problemas de saúde mental.
De acordo com a Linha Nacional de Violência Doméstica, alguns agressores até mesmo levam ativamente suas vítimas ao limite para inventar provas de sua instabilidade. A Hotline estima que cerca de 89% dos seus interlocutores tenham sofrido alguma forma de coerção de saúde mental e que 43% tenham sofrido uma coerção por abuso de substâncias por parte de um agressor.
2- VOCÊ É INSEGURA E CIUMENTA
Tradução: Eu gosto de plantar sementes de insegurança e duvida em sua mente, sobre sua atratividade, competência e personalidade. Se você se atreve a questionar meus inúmeros flertes, assuntos e interações inadequadas, eu vou colocá-la de volta em seu devido lugar com medo de me perder. O problema, como eu vou te convencer, não é meu comportamento enganoso. É a sua incapacidade de permanecer confiante enquanto eu te ponho para baixo, te comparo a outras de maneiras humilhantes, e, eventualmente te coloco de lado para a próxima coisa muito melhor que você.
Fabricar triângulos e haréns amorosos é um forte, principalmente dos narcisistas.
Robert Greene, autor de A Arte da Sedução, fala sobre criar “uma aura de desejo” que desperta um senso frenético de competição entre potenciais pretendentes.
Em comunidades de sobreviventes de abuso, essa tática também é conhecida como triangulação. Ela concede aos narcisistas uma sensação depravada de poder sobre suas vítimas. Eles ativamente provocam inveja em seus parceiros íntimos, a fim de controlá-los e pintá-los como desequilibrados quando estes finalmente reagem.
Quando uma vítima confronta a infidelidade de um narcisista de alguma forma, é comum ser rotulada como insegura, controladora e ciumenta para evitar suspeitas e continuar a colher os benefícios de múltiplas fontes de atenção, elogios e afagos de ego.
Lembre-se: para alguém que tem algo a esconder, tudo parece um interrogatório. Os narcisistas freqüentemente atacam com raiva narcisista, obstrução e defesa excessiva quando confrontados com evidências de suas traições.
3. VOCÊ É MUITO SENSÍVEL/ VOCÊ ESTÁ EXAGERANDO
Tradução: Não é que você seja sensível demais, eu é que sou insensível, sem empatia e sem compaixão. Não me importo com suas emoções, a menos que elas me sirvam de alguma forma. Suas reações negativas me proporcionam estímulo e prazer, então, por favor, continue. Eu gosto de colocar você para baixo por ter reações legítimas ao meu abuso.
De acordo com o Dr. Robin Stern, um dos efeitos do gaslighting é fazer a vítima se perguntar “Sou sensível demais?” uma dúzia de vezes por dia. Afirmar que as vítimas são exageradas ou sensíveis demais ao abuso emocional é uma maneira dos narcisistas anularem a certeza da vítima sobre a gravidade do abuso experimentado.
Se alguém é ou não uma pessoa sensível é irrelevante quando se trata de casos de violência psicológica ou física. O abuso afeta qualquer pessoa em todos os níveis de sensibilidade, e seu impacto não deve ser negligenciado.
Uma marca de um parceiro saudável é que este lhe dá espaço para sentir suas emoções e fornece validação emocional, mesmo quando não concordem.
Um narcisista maligno irá focar excessivamente na assim chamada sensibilidade e, consistentemente, afirmar que a vítima está exagerando em vez de admitir o horror de suas ações quando confrontado.
4- FOI SÓ BRINCADEIRA, VOCÊ NÃO TEM SENSO DE HUMOR
Tradução: Adoro disfarçar meu comportamento abusivo como piada. Gosto de xingá-la, rebaixá-la e, em seguida, alegar que é a única que não tem o necessário senso de humor para apreciar minha “sagacidade” depravada. Fazer com que se sinta defeituosa, me permite dizer e fazer o que eu quiser, tudo com um sorriso e uma risada irônica.
Disfarçar comentários cruéis, comentários mal-humorados e insultos como “apenas piadas” é uma tática popular de abuso verbal, de acordo com Patricia Evans, autora de The Verbally Abusive Relationship.
Essa tática maliciosa é muito diferente da provocação lúdica, que exige rapport, confiança e prazer mútuo.
Quando os narcisistas malignos distribuem essas “piadas” perturbadoras, podem se envolver em atos de xingamentos, insultos, menosprezo e desprezo, ao mesmo tempo em que evitam a responsabilidade de emitir um pedido de desculpas ou de assumir a responsabilidade por seus violentos ataques verbais. A vítima é levada a acreditar que é sua a incapacidade de apreciar o "humor" por trás de sua crueldade, ao invés da realidade de suas intenções abusivas.
“Apenas piadas” também são usadas para testar limites no início de um relacionamento abusivo: o que se pode ser racionalizado como um comentário sem graça no começo, pode, nas mãos de um narcisista, rapidamente se transformar em violência psicológica.
Se desconfiar que tem um parceiro que ri de você mais do que ri com você, corre com quantas pernas tiver. Não vai melhorar.
5. DEIXA PRÁ LÁ, ESQUECE, PORQUE CONTINUA TRAZENDO ISSO À TONA?
Tradução: Não lhe dei tempo suficiente para processar o último incidente hediondo de abuso, mas você precisa deixar prá lá para que eu possa avançar com o abuso sem enfrentar quaisquer consequências de meu comportamento. Deixe-me bombardea-la um pouco com afirmações amorosa, para que pense que as coisas serão diferentes desta vez. Não exponha meus padrões passados de comportamento abusivo, porque aí vai perceber que é um ciclo e que vai continuar.
Em qualquer ciclo de abuso, é comum um abusador se envolver em um ciclo quente e frio, onde periodicamente jogam migalhas de carinho para mantê-la viciado e renovar a esperança de um retorno à fase de lua de mel.
Essa é uma tática de manipulação conhecida como reforço intermitente, e é comum um agressor aterroriza-la, apenas para retornar no dia seguinte e agir como se nada tivesse acontecido. Quando a vítima se lembra de qualquer incidente abusivo, o abusador irá dizer para "deixar prá lá", de formas que o ciclo possa continuar.
Esta forma de abuso é também conhecida como "ligação de trauma". Segundo o Dr. Logan (2018), "vínculo de trauma” é evidenciado em qualquer relacionamento no qual a conexão desafia a lógica e é muito difícil de quebrar . Os componentes necessários para a formação de uma ligação de trauma são um diferencial de poder, bom / mau de tratamento intermitente e altos períodos de excitação e adesão.
6. O PROBLEMA AQUI É VOCÊ, NÃO EU
Tradução: Eu sou o problema aqui, mas maldito seja se deixa-la saber disso! Prefiro sujeitá-la a ataques pessoais enquanto você se desdobra para tentar atingir as metas sempre mutaveis de minhas expectativas arbitrárias a respeito da maneira que eu acho que você deveria se sentir e se comportar. Como você gasta a maior parte do seu tempo tentando consertar suas falhas que fabriquei, enquanto sempre fica aquém do que eu considero “digno”, posso sentar, relaxar e continuar a maltratar você da maneira que me sinto no direito. Você não terá mais energia para refuter ou discutir.
É comum os parceiros abusivos se engajarem em projeções malignas, chegando até a chamar as vítimas de narcisistas e agressores e despejando suas próprias qualidades e comportamentos malignos em suas vítimas. Essa é uma maneira de fazer com que suas vítimas acreditem que são as culpadas e que suas reações ao abuso, em vez do abuso em si, são o problema.
Segundo o especialista clínico em Personalidade Narcisista, Dr. Martinez-Lewi, essas projeções tendem a ser psicologicamente abusivas. Como ela escreve: “O narcisista nunca está errado. Ele (ou ela) automaticamente culpa os outros quando algo dá errado. É muito estressante receber as projeções narcísicas. A pura força das acusações e recriminações do narcisista é impressionante e desorientadora ”.
7. NUNCA DISSE OU FIZ ISSO. VOCÊ ESTÁ IMAGINANDO COISAS
Tradução: faze-la questionar o que eu fiz ou disse me permite colocar em dúvida suas percepções e lembranças do abuso experienciado. Se fizer você pensar que está imaginando coisas, começará a se perguntar se está enlouquecendo, em vez de identificar a evidência que prova que sou um abusador.
No filme Gaslight, Gregory faz com que sua nova esposa acredite que a casa de sua tia é assombrada para que ela possa ser institucionalizada. Ele faz de tudo, desde rearranjar itens na casa, acender lâmpadas a gás até fazer barulhos no sótão, para que ela não seja mais capaz de discernir se o que ela está vendo é real. Ele a isola para que se torne incapaz de obter validação. Depois de fabricar esses cenários malucos, aí a convence de que esses eventos são todos uma invenção de sua imaginação.
Muitas vítimas do gaslighting lutam contra a dissonância cognitiva que ocorre quando o agressor lhes diz que nunca fizeram ou disseram algo. Assim como a dúvida razoável pode influenciar um júri, até a insinuação de que algo pode não ter acontecido, pode ser poderosa o bastante para se sobrepor às percepções de alguém.
Pesquisadores Hasher, Goldstein e Toppino (1997) chamam isso de “efeito de verdade ilusório”. Eles descobriram que, quando falsidades são repetidas, são mais propensas a serem internalizadas como verdadeiras, simplesmente devido aos efeitos da repetição.
É por isso que a negação e a minimização contínuas podem ser tão eficazes para convencer as vítimas que estão de fato imaginando coisas ou sofrendo e perda de memória, em vez de permanecerem firmes em suas crenças e experiências.
RESUMINDO
A fim de resistir aos efeitos do gaslighting, há que entrar em contato com nossa própria realidade e impedir-nos de ficar presos em um círculo infinito de insegurança. Há que se aprender a identificar as bandeiras vermelhas dos narcisistas malignos e suas táticas de manipulação para que se possa sair de conversas desorientadoras e malucas, antes que se transformem em acusações, projeções, tranferencia de culpas e rebaixamentos que apenas exacerbam o senso de confusão.
Há que desenvolver um senso de auto-validação e autoconfiança para que se possa entrar em contato com a forma como realmente nos sentimos em relação à maneira como alguém está nos tratando, em vez de ficar patinando na tentative de nos explicarmos/justificarmos a um manipulador com uma agenda.
Se afastar do agressor é essencial. Certifique-se de documentar eventos como eles aconteceram, em vez de como seu agressor lhe diz que eles aconteceram. Salve mensagens de texto, de voz, e-mails, gravações de áudio ou video, que podem ajudá-la a lembrar os fatos em momentos de confusão mental, em vez de subscrever as distorções e delusões do agressor.
Envolva-se em autocuidado extremo, participando de modalidades de cura mente-corpo que têm como alvo os sintomas físicos e psicológicos do abuso. A recuperação é importante para alcançar clareza mental. Conte com a ajuda de terceiros, como um terapeuta informado sobre traumas, e aproveite os incidentes de abuso para se ancorar ao que já passou.
Os narcisistas malignos podem tentar reescrever sua realidade, mas você não precisa aceitar suas narrativas distorcidas como verdade.
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O termo “gaslighting” originou-se na peça Gas Light, de Patrick Hamilton em 1938, na qual, um marido manipulador levou sua esposa à loucura, fazendo-a questionar suas experiências. Foi ainda mais popularizado na adaptação cinematográfica de 1944, Gaslight, um thriller psicológico sobre um homem chamado Gregory Anton, que mata uma cantora de ópera famosa e depois se casa com sua sobrinha, Paula, para convencê-la de que está ficando louca a ponto de ser institucionalizada, porque queria roubar o resto das jóias de sua família.
De acordo com o Dr. George Simon, as vítimas de gaslighting podem sofrer de uma ampla gama de efeitos colaterais, incluindo flashbacks, ansiedade elevada, pensamentos intrusivos, baixo senso de autoestima e confusão mental. Em casos de manipulação e abuso severos, pode levar até ideação suicida, autoflagelação e auto-sabotagem.
O gaslighting pode assumir diferentes formas, desde o questionamento da saúde mental de alguém, até direto desafio das experiências vividas. Os narcisistas, psicopatas e sociopatas a usam como estratégia para minar a percepção de suas vítimas, a fim de evitar ser responsabilizados por seus abusos. Esses perpetradores podem usar a técnica de forma insensata e sádica, porque lhes falta remorso, empatia ou consciência para ter quaisquer limites quando aterrorizam ou secretamente provocam alguém. É algo assim como um assassinato encoberto com as mãos limpas, permitindo que o criminoso fuja com seus maus-tratos enquanto descreve as vítimas como as agressoras.
Abaixo vão as frases mais comumente usadas para aterrorizar e esgotar suas vítimas, traduzidas no que elas realmente significam.
Essas frases, quando usadas cronicamente no contexto de um relacionamento abusivo, servem para rebaixar, depreciar e distorcer a realidade das vítimas de abuso.
1.VOCÊ É LOUCA/ VOCÊ TÊM PROBLEMAS DE SAÚDE MENTAL/ VOCÊ PRECISA DE AJUDA
Tradução: Você não é o doente aqui. Você está apenas descobrindo quem eu realmente sou por trás da máscara e tentando me responsabilizar pelo meu comportamento infame. Prefiro que você questione sua própria sanidade, só assim posso continuar acreditando que você é o problema, ao invés de minha própria ilusão e manipulação. Enquanto você acreditar que é quem precisa de ajuda, eu nunca vou ter que assumir a responsabilidade de modificar meus próprios modos desordenados de pensar e agir.
Os narcisistas e psicopatas brincam de “psiquiatras sorridentes” com suas vítimas, tratando-as como pacientes indisciplinados. Diagnosticar suas vítimas com problemas de saúde mental por terem emoções é uma maneira de patologizar suas vítimas e minar sua credibilidade; isso é ainda mais eficaz quando os agressores são capazes de provocar reações em suas vítimas para convencer a sociedade de que elas é que tem problemas de saúde mental.
De acordo com a Linha Nacional de Violência Doméstica, alguns agressores até mesmo levam ativamente suas vítimas ao limite para inventar provas de sua instabilidade. A Hotline estima que cerca de 89% dos seus interlocutores tenham sofrido alguma forma de coerção de saúde mental e que 43% tenham sofrido uma coerção por abuso de substâncias por parte de um agressor.
2- VOCÊ É INSEGURA E CIUMENTA
Tradução: Eu gosto de plantar sementes de insegurança e duvida em sua mente, sobre sua atratividade, competência e personalidade. Se você se atreve a questionar meus inúmeros flertes, assuntos e interações inadequadas, eu vou colocá-la de volta em seu devido lugar com medo de me perder. O problema, como eu vou te convencer, não é meu comportamento enganoso. É a sua incapacidade de permanecer confiante enquanto eu te ponho para baixo, te comparo a outras de maneiras humilhantes, e, eventualmente te coloco de lado para a próxima coisa muito melhor que você.
Fabricar triângulos e haréns amorosos é um forte, principalmente dos narcisistas.
Robert Greene, autor de A Arte da Sedução, fala sobre criar “uma aura de desejo” que desperta um senso frenético de competição entre potenciais pretendentes.
Em comunidades de sobreviventes de abuso, essa tática também é conhecida como triangulação. Ela concede aos narcisistas uma sensação depravada de poder sobre suas vítimas. Eles ativamente provocam inveja em seus parceiros íntimos, a fim de controlá-los e pintá-los como desequilibrados quando estes finalmente reagem.
Quando uma vítima confronta a infidelidade de um narcisista de alguma forma, é comum ser rotulada como insegura, controladora e ciumenta para evitar suspeitas e continuar a colher os benefícios de múltiplas fontes de atenção, elogios e afagos de ego.
Lembre-se: para alguém que tem algo a esconder, tudo parece um interrogatório. Os narcisistas freqüentemente atacam com raiva narcisista, obstrução e defesa excessiva quando confrontados com evidências de suas traições.
3. VOCÊ É MUITO SENSÍVEL/ VOCÊ ESTÁ EXAGERANDO
Tradução: Não é que você seja sensível demais, eu é que sou insensível, sem empatia e sem compaixão. Não me importo com suas emoções, a menos que elas me sirvam de alguma forma. Suas reações negativas me proporcionam estímulo e prazer, então, por favor, continue. Eu gosto de colocar você para baixo por ter reações legítimas ao meu abuso.
De acordo com o Dr. Robin Stern, um dos efeitos do gaslighting é fazer a vítima se perguntar “Sou sensível demais?” uma dúzia de vezes por dia. Afirmar que as vítimas são exageradas ou sensíveis demais ao abuso emocional é uma maneira dos narcisistas anularem a certeza da vítima sobre a gravidade do abuso experimentado.
Se alguém é ou não uma pessoa sensível é irrelevante quando se trata de casos de violência psicológica ou física. O abuso afeta qualquer pessoa em todos os níveis de sensibilidade, e seu impacto não deve ser negligenciado.
Uma marca de um parceiro saudável é que este lhe dá espaço para sentir suas emoções e fornece validação emocional, mesmo quando não concordem.
Um narcisista maligno irá focar excessivamente na assim chamada sensibilidade e, consistentemente, afirmar que a vítima está exagerando em vez de admitir o horror de suas ações quando confrontado.
4- FOI SÓ BRINCADEIRA, VOCÊ NÃO TEM SENSO DE HUMOR
Tradução: Adoro disfarçar meu comportamento abusivo como piada. Gosto de xingá-la, rebaixá-la e, em seguida, alegar que é a única que não tem o necessário senso de humor para apreciar minha “sagacidade” depravada. Fazer com que se sinta defeituosa, me permite dizer e fazer o que eu quiser, tudo com um sorriso e uma risada irônica.
Disfarçar comentários cruéis, comentários mal-humorados e insultos como “apenas piadas” é uma tática popular de abuso verbal, de acordo com Patricia Evans, autora de The Verbally Abusive Relationship.
Essa tática maliciosa é muito diferente da provocação lúdica, que exige rapport, confiança e prazer mútuo.
Quando os narcisistas malignos distribuem essas “piadas” perturbadoras, podem se envolver em atos de xingamentos, insultos, menosprezo e desprezo, ao mesmo tempo em que evitam a responsabilidade de emitir um pedido de desculpas ou de assumir a responsabilidade por seus violentos ataques verbais. A vítima é levada a acreditar que é sua a incapacidade de apreciar o "humor" por trás de sua crueldade, ao invés da realidade de suas intenções abusivas.
“Apenas piadas” também são usadas para testar limites no início de um relacionamento abusivo: o que se pode ser racionalizado como um comentário sem graça no começo, pode, nas mãos de um narcisista, rapidamente se transformar em violência psicológica.
Se desconfiar que tem um parceiro que ri de você mais do que ri com você, corre com quantas pernas tiver. Não vai melhorar.
5. DEIXA PRÁ LÁ, ESQUECE, PORQUE CONTINUA TRAZENDO ISSO À TONA?
Tradução: Não lhe dei tempo suficiente para processar o último incidente hediondo de abuso, mas você precisa deixar prá lá para que eu possa avançar com o abuso sem enfrentar quaisquer consequências de meu comportamento. Deixe-me bombardea-la um pouco com afirmações amorosa, para que pense que as coisas serão diferentes desta vez. Não exponha meus padrões passados de comportamento abusivo, porque aí vai perceber que é um ciclo e que vai continuar.
Em qualquer ciclo de abuso, é comum um abusador se envolver em um ciclo quente e frio, onde periodicamente jogam migalhas de carinho para mantê-la viciado e renovar a esperança de um retorno à fase de lua de mel.
Essa é uma tática de manipulação conhecida como reforço intermitente, e é comum um agressor aterroriza-la, apenas para retornar no dia seguinte e agir como se nada tivesse acontecido. Quando a vítima se lembra de qualquer incidente abusivo, o abusador irá dizer para "deixar prá lá", de formas que o ciclo possa continuar.
Esta forma de abuso é também conhecida como "ligação de trauma". Segundo o Dr. Logan (2018), "vínculo de trauma” é evidenciado em qualquer relacionamento no qual a conexão desafia a lógica e é muito difícil de quebrar . Os componentes necessários para a formação de uma ligação de trauma são um diferencial de poder, bom / mau de tratamento intermitente e altos períodos de excitação e adesão.
6. O PROBLEMA AQUI É VOCÊ, NÃO EU
Tradução: Eu sou o problema aqui, mas maldito seja se deixa-la saber disso! Prefiro sujeitá-la a ataques pessoais enquanto você se desdobra para tentar atingir as metas sempre mutaveis de minhas expectativas arbitrárias a respeito da maneira que eu acho que você deveria se sentir e se comportar. Como você gasta a maior parte do seu tempo tentando consertar suas falhas que fabriquei, enquanto sempre fica aquém do que eu considero “digno”, posso sentar, relaxar e continuar a maltratar você da maneira que me sinto no direito. Você não terá mais energia para refuter ou discutir.
É comum os parceiros abusivos se engajarem em projeções malignas, chegando até a chamar as vítimas de narcisistas e agressores e despejando suas próprias qualidades e comportamentos malignos em suas vítimas. Essa é uma maneira de fazer com que suas vítimas acreditem que são as culpadas e que suas reações ao abuso, em vez do abuso em si, são o problema.
Segundo o especialista clínico em Personalidade Narcisista, Dr. Martinez-Lewi, essas projeções tendem a ser psicologicamente abusivas. Como ela escreve: “O narcisista nunca está errado. Ele (ou ela) automaticamente culpa os outros quando algo dá errado. É muito estressante receber as projeções narcísicas. A pura força das acusações e recriminações do narcisista é impressionante e desorientadora ”.
7. NUNCA DISSE OU FIZ ISSO. VOCÊ ESTÁ IMAGINANDO COISAS
Tradução: faze-la questionar o que eu fiz ou disse me permite colocar em dúvida suas percepções e lembranças do abuso experienciado. Se fizer você pensar que está imaginando coisas, começará a se perguntar se está enlouquecendo, em vez de identificar a evidência que prova que sou um abusador.
No filme Gaslight, Gregory faz com que sua nova esposa acredite que a casa de sua tia é assombrada para que ela possa ser institucionalizada. Ele faz de tudo, desde rearranjar itens na casa, acender lâmpadas a gás até fazer barulhos no sótão, para que ela não seja mais capaz de discernir se o que ela está vendo é real. Ele a isola para que se torne incapaz de obter validação. Depois de fabricar esses cenários malucos, aí a convence de que esses eventos são todos uma invenção de sua imaginação.
Muitas vítimas do gaslighting lutam contra a dissonância cognitiva que ocorre quando o agressor lhes diz que nunca fizeram ou disseram algo. Assim como a dúvida razoável pode influenciar um júri, até a insinuação de que algo pode não ter acontecido, pode ser poderosa o bastante para se sobrepor às percepções de alguém.
Pesquisadores Hasher, Goldstein e Toppino (1997) chamam isso de “efeito de verdade ilusório”. Eles descobriram que, quando falsidades são repetidas, são mais propensas a serem internalizadas como verdadeiras, simplesmente devido aos efeitos da repetição.
É por isso que a negação e a minimização contínuas podem ser tão eficazes para convencer as vítimas que estão de fato imaginando coisas ou sofrendo e perda de memória, em vez de permanecerem firmes em suas crenças e experiências.
A fim de resistir aos efeitos do gaslighting, há que entrar em contato com nossa própria realidade e impedir-nos de ficar presos em um círculo infinito de insegurança. Há que se aprender a identificar as bandeiras vermelhas dos narcisistas malignos e suas táticas de manipulação para que se possa sair de conversas desorientadoras e malucas, antes que se transformem em acusações, projeções, tranferencia de culpas e rebaixamentos que apenas exacerbam o senso de confusão.
Há que desenvolver um senso de auto-validação e autoconfiança para que se possa entrar em contato com a forma como realmente nos sentimos em relação à maneira como alguém está nos tratando, em vez de ficar patinando na tentative de nos explicarmos/justificarmos a um manipulador com uma agenda.
Se afastar do agressor é essencial. Certifique-se de documentar eventos como eles aconteceram, em vez de como seu agressor lhe diz que eles aconteceram. Salve mensagens de texto, de voz, e-mails, gravações de áudio ou video, que podem ajudá-la a lembrar os fatos em momentos de confusão mental, em vez de subscrever as distorções e delusões do agressor.
Envolva-se em autocuidado extremo, participando de modalidades de cura mente-corpo que têm como alvo os sintomas físicos e psicológicos do abuso. A recuperação é importante para alcançar clareza mental. Conte com a ajuda de terceiros, como um terapeuta informado sobre traumas, e aproveite os incidentes de abuso para se ancorar ao que já passou.
Os narcisistas malignos podem tentar reescrever sua realidade, mas você não precisa aceitar suas narrativas distorcidas como verdade.
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