OS 200 VIESES COGNITIVOS QUE GOVERNAM NOSSOS PENSAMENTOS COTIDIANOS




Tradução nem um pouco ao pé da letra, do artigo “200 cognitive biases rule our everyday thinking” CLIQUE AQUI

Os exemplos são meus, e o autor não tem nenhuma responsabilidade no assunto.

"Fora as figuras espirituais míticas e reis bíblicos, nós, humanos não somos tão objetivos assim na forma em como reagimos ao mundo. Por mais que gostemos de ser justos e imparciais sobre como lidamos com as situações, na verdade nós processamos tudo através de uma série complexa de vieses internos antes de decidir como reagir. Mesmo o mais autoconsciente de nós não pode escapar completamente do espectro de preconceitos internos.
Os preconceitos cerebrais podem rapidamente tornar-se uma sala de espelhos. O modo como entendemos e retemos o conhecimento sobre os atalhos cognitivos é que vai determinar seus benefícios. Neste artigo, serão analizadas as diferentes maneiras de entender os vieses cognitivos e diferentes abordagens para aprender com eles.

NÃO HÁ NADA QUE NÃO SEJA UM PRECONCEITO
Preferimos alimentos doces a amargos, terra firme a instável, e estamos imbuídos de suposições culturais que nos ajudam a viver mais pacificamente na sociedade. Notando que preconceitos existem no domínio biológico, Baumann libera a tendência cognitiva da armadilha de ser vistas como um fenômeno inteiramente mental.

VIESES COGNITIVOS NÃO OBSTRUEM UMA VIDA SAUDÁVEL OU POSITIVA
Vieses são atalhos que herdamos das gerações anteriores, e são projetados para nos ajudar a sobreviver. O viés de confirmação, por exemplo, resolve o problema de não ser possivel absorver todas as informações do mundo, toda vez que tomamos uma decisão. Naturalmente, estar fechado para novas informações é igualmente arriscado na sociedade moderna, onde a informação é a moeda de troca em nosso mundo orientado pelo conhecimento.

O VIÉS PREFERIDO DO BAUMANN
O viés de singularidade é o que mais o diverte, porque é um preconceito que cada um de nós necessariamente tem. Todos nos consideramos únicos porque cada pessoa está no centro de sua própria existência. Mas, curiosamente, existem círculos de singularidade. As pessoas com quem temos um relacionamento próximo, são mais exclusivas do que as pessoas que não conhecemos, o que, obviamente, tem algumas limitações óbvias como um ponto de vista confiável.

O QUE FAZER COM OS PRECONCEITOS?
Escute mais e melhor, diz Baumann. Compreender as predisposições que temos deve nos tornar mais abertos a entender os pontos de vista de outras pessoas. Se não sou tão especial, nem tão certa, nem tão perfeita o tempo todo, há uma grande probabilidade que tenha algo valioso para aprender com os outros.
Buster Benson (gerente de marketing do Slack) decidiu organizar 175 preconceitos conhecidos em um códice gigante.
Com a ajuda do ilustrador John Manoogian III, classificou e agrupou os preconceitos em quatro categorias maiores, cada uma chamada de "enigma" ou "problema". Todos os quatro limitam nossa inteligência, mas na verdade tentam ser úteis, pois todo preconceito cognitivo existe por uma razão, principalmente para economizar tempo ou energia em nosso cérebro. Mas, o resultado final da utilização de tais atalhos mentais, que muitas vezes são úteis, é que eles também introduzem erros em nosso pensamento. Ao nos tornarmos conscientes de como nossas mentes tomam decisões, podemos estar conscientes das imprecisões e falácias inerentes e poderemos nos comportar com mais justiça e graça.

Veja como Benson divide mais de 200 vieses cognitivos em quatro problemas que os vieses realmente ajudam a resolver:

O mundo é um conjunto de informações que é enorme demais para que nosso cérebro o manipule a todo momento, assim, se algo já estava em nossas memórias e estamos acostumados a ver essa questão de uma certa maneira, é assim que nosso cérebro provavelmente reage a isso de novo. Os preconceitos que derivam disso são muitos. 
O Preconceito de Atenção, por exemplo, que nos diz para perceber os eventos através de nossos pensamentos recorrentes naquele momento. Isso nos impede de considerar caminhos e possibilidades alternativas.
Os preconceitos que resultam desse tipo de pensamento, incluem os efeitos de contexto, o viés de memória congruente com o humor, ou a falta de empatia, o que nos faz subestimar a influência dos impulsos viscerais em nossas atitudes e ações, e assim, olhamos para o quanto algo mudou mais do que o novo valor deste algo.

E, porque não podemos entender tudo, e sempre estaremos perdendo muita informação essencial, nos utilizamos de estereótipos para o preenchimento rápido de lacunas, quando temos que tomar decisões sobre algo do qual desconhecemos muito. Erros mentais como o erro de atribuição de grupo, erro de atribuição final, estereotipagem, essencialismo, efeito bandwagon (tipo assim um carro de trio elétrico que todo mundo segue) e o efeito placebo surgem dessa abordagem cognitiva.

QUANDO SE PRECISA AGIR RAPIDAMENTE, CONFIAMOS NUM CONJUNTO LIMITADO DE INFORMAÇÕES
Esses problemas cognitivos surgem de ter que tomar decisões sem ter nem tempo nem toda a informação necessária, e daí confiamos em vieses e instintos, em vez de todos os fatos possíveis.Além de tudo, fazemos isso com confiança, convencendo-nos de que o que estamos fazendo é importante. Por causa disso, muitas vezes ficamos muito confiantes, levando a preconceitos como o efeito Dunning-Kruger, quando as pessoas superestimam suas habilidades, assim como o excesso de otimismo e a falácia da poltrona (é quando criticamos algo a respeito do que não temos qualquer experiência, e como médica, recebi minha boa dose dessa falácia, sempre e quando, em alguma festa, aparecia aquela pessoa que tinha que falar mal da prática médica em geral, da Neuropsiquiatria em particular, sem, no geral, ter a menor idéia do que a coisa fosse).
Quando temos que simplesmente ir em frente, também tendemos a favorecer o imediato, isto é, o que está à nossa frente vale muito mais do que algo potencial e distante.

PRECISAMOS LEMBRAR DE ALGUMAS COISAS, MAS É IMPOSSÍVEL E TOTALMENTE INDESEJÁVEL LEMBRAR DE TUDO
Há tanta informação que permeia nossas vidas diárias que somos constantemente obrigados a escolher entre o que lembrar e o que esquecer. Essa sobrecarga resulta na escolha de generalizações e outros vieses que nos ajudam a lidar com o ataque de dados.
Algumas das táticas nas quais confiamos incluem a criação de falsas memórias ou o descarte de especificações em favor de estereótipos e preconceitos. Infelizmente, para alguns, é mais fácil funcionar assim.
Também tendemos a reduzir eventos e listas para pontos comuns, escolhendo um pequeno número de itens para representar o todo. Outra coisa que fazemos é armazenar memórias com base em como as experimentamos. É quando as circunstâncias da experiência afetam o valor que nela colocamos. É também quando temos preconceitos tão grandes quanto o fenomeno da ponta da língua, que é quando sentimos que estamos prestes a lembrar de alguma coisa, mas simplesmente não conseguimos fazê-lo. Desconheço uma só pessoa que nunca tenha passado por isso.
Outro viés moderno e divertido desse tipo é o efeito do Google, também chamado de "amnésia digital". É quando rapidamente esquecemos informações facilmente encontradas on-line usando um mecanismo de pesquisa como o Google. (Ai como padeço disso!)

A ABORDAGEM REDUTIVA
Embora existam cerca de 200 vieses cognitivos que moldam nossa tomada de decisões a cada dia, aqui estão 20 nos quais é importantissimo prestar atenção.


O VIÉS DA ATENÇÃO:
É a tendência da nossa percepção ser afetada por nossos pensamentos recorrentes no momento. Explicam nossa falha em considerar possibilidades alternativas, já que pensamentos específicos guiam a linha de pensamento de uma certa maneira. Por exemplo, os fumantes tendem a ter um viés para cigarros e outras sugestões relacionadas ao fumo, devido aos pensamentos positivos que eles já atribuíram entre fumar e os sinais que foram expostos ao fumar. Também foi associado a sintomas clinicamente relevantes, como ansiedade e depressão.

LACUNA (OU FALTA) DE EMPATIA
É um viés cognitivo no qual subestimamos as influências dos impulsos viscerais em nossas próprias atitudes, preferências e comportamentos.
O aspecto mais importante dessa ideia é que a compreensão humana é "dependente do estado visceral". Por exemplo, quando se está com raiva, é difícil entender como é ser calmo e vice-versa; quando alguém está cegamente apaixonado, é difícil entender como é para alguém não estar (ou imaginar a possibilidade de não estar cegamente apaixonado no futuro). É importante ressaltar que a incapacidade de minimizar a lacuna de empatia pode levar a resultados negativos em ambientes médicos (por exemplo, quando um médico precisa diagnosticar com precisão a dor física de um paciente) e em locais de trabalho (por exemplo, quando um empregador precisa avaliar a necessidade de licença de luto de um empregado)
(Tração visceral: Fatores viscerais são uma série de influências que incluem fome, sede, excitação sexual, desejo por drogas ., dor física e emoções fortes. Esses impulsos têm um efeito desproporcional na tomada de decisões e no comportamento: a mente, quando afetada, tende a ignorar todos os outros objetivos em um esforço para aplacar essas influências. Esses estados podem levar a pessoa a se sentir "fora de controle" e a agir impulsivamente). Um simples exemplo é o fazer supermercado quando estamos com fome. O resultado, no geral, vai ser a compra de vários ítems desnecessários ou que não estavam em nossa lista original.

ANCORAGEM OU FOCALISMO
É um viés cognitive no qual o indivíduo depende demais de uma informação inicial oferecida (considerada a "âncora"), ao tomar decisões. Um exemplo disso é a enxurrada de fake news assaltando o mundo, a depender de nossa tendência política, sem qualquer apreço pelo fato, que poderia ser descoberto com 2 minutos de pesquisa na internet.

ILUSÃO DO DINHEIRO OU DO PREÇO
É a tendência a pensar em termos nominais, em vez de reais. Em outras palavras, o valor nominal do dinheiro é confundido com seu poder de compra (valor real) em um ponto anterior no tempo. A visualização do poder de compra medido pelo valor nominal é falsa, pois as moedas fiduciárias modernas não têm valor intrínseco e o seu valor real depende apenas do nível de preços. Um exemplo disso é o uso de marcas famosas estampadas de roupas a carros, ou qualquer outra coisa.

CONSERVADORISMO
É um viés no processamento de informações humanas, que se refere à tendência de insuficientemente se revisar uma crença quando apresentados a novas evidências. Esse é perigoso, mas facilmente detectavel: sempre e quando pensamos ou dizemos “Sempre foi assim”, ou “Sempre foi desse jeito”.

VIÉS DE DISTINÇÃO
É a tendência de ver duas opções como mais distintas ao avaliá-las simultaneamente do que separadamente. Exemplo: sempre que avaliamos algo que consideramos extremo, tipo extrema direita e extrema esquerda, que avaliadas em conjunto, parecem a mesma coisa. (E eu juro que acho que é. Pronto. Acabei de cometer o exemplo.)

ERRO DE ATRIBUIÇÃO DO GRUPO
Refere-se à tendência das pessoas de acreditar que as características de um membro individual de um grupo refletem o grupo como um todo, ou que o resultado da decisão de um grupo deve refletir as preferências individuais dos membros do grupo, mesmo quando informações externas estão disponíveis, sugerindo o contrário.(Um exemplo é o que está acontecendo aqui quando uma pessoa critica o Trump e é imediatamente classificada pelos seus seguidores como comunista, esquerdista, liberal ou sem Deus, não importando se citada pessoa é membro de carteirinha do Rotary e da Igreja Episcopal. Outro exemplo muito comum, é classificar qualquer pessoa com tendências liberais como esquerdopata. Claro que há os esquerdopatas, tantos quantos direitopatas, isso não quer dizer que Olavo de Carvalho define todos os de direita, nem Stalin define os de esquerda).

ESTEREOTIPO
Na psicologia social, um estereótipo é uma crença excessivamente generalizada sobre uma determinada categoria de pessoas. Os estereótipos são generalizados porque se assume que seja verdadeiro para cada pessoa individual na categoria. Embora tais generalizações possam ser úteis ao tomar decisões rápidas, elas podem estar erradas quando aplicadas a indivíduos específicos. Os estereótipos encorajam o preconceito e podem surgir por várias razões, a mais comum delas é nossa necessidade, muito humana, de pertencer, além de toda a informação que recebemos desde que nascemos, na familia e grupo social onde crescemos e por qualquer mídia. Por exemplo, já notaram que quando alguém comete um crime, se a criatura for negra, isso é sempre sublinhado e ninguém diz a cor caso for branco? Notaram que se o crime for cometido por alguém marronzinho, é terrorismo, sempre? Que temos a tendência a culpar a vítima, em caso de estupro, porque ela não deveria estar naquele lugar, ou usar aquela roupa, ou fazer sei lá o que? Que, se somos católicos, temos a tendência a “não prestar muita atenção” à avalanche de notícias sobre padres pedófilos e desculpar a coisa toda com “isso acontece em todas as religiões”? Esterotipar, estereotipamos todos. A saída é estar cada vez mais consciente dessa falácia.

ESSENCIALISMO
É a crença de que as coisas têm um conjunto de características que as tornam o que são, e que a tarefa da ciência e da filosofia é sua descoberta e expressão. É a doutrina de que a essência é anterior à existência. Por exemplo, a visão de que todas as crianças devem ser ensinadas em linhas tradicionais em conformidade com as idéias e métodos considerados essenciais para a cultura prevalente, ou a visão de que categorias de pessoas, como mulheres e homens, ou heterossexuais e homossexuais, ou membros de grupos étnicos, têm naturezas ou disposições e características intrinsecamente diferentes. Desnecessário se faz repisar o angú que isso provoca em têrmos de vivência social.

EFEITO BANDWAGON (Atrás do trio elétrico só não vai quem já morreu…)
É o fenômeno pelo qual a taxa de aceitação de crenças, idéias, modas e tendências aumenta à medida que eles já foram adotadas por outros. Ou seja, quanto mais pessoas passam a acreditar em algo, outras também "entram na onda", independentemente da evidência subjacente. Exemplos disso são, por exemplo, o incrível aumento dos intolerantes ao gluten, dado que é moda, apesar de todas as evidencias em contrário. Esse exemplo traz como única consequência, as pessoas pagarem mais por produtos que não precisam, mas a moda anti vacinação, que é o mesmo efeito, mata.

EFEITO LÍDER DE TORCIDA OU EFEITO DE ATRAÇÃO EM GRUPO
É o viés cognitive que faz com que se pense que indivíduos são mais atraentes em grupos. Faça o experiment por você mesmo: olhe para um grupo num desfile de escola de samba, e depois olhe para cada pessoa, individualmente.

EFEITO POSITIVO
Em psicologia e ciência cognitiva, o efeito positivo é a capacidade de analisar construtivamente uma situação em que os resultados desejados não são alcançados, mas mesmo assim, obter um feedback positivo que auxilia progressão futura. Mais ou menos assim: quando uma estamos  considerando pessoas de quem gostamos (incluindo nós mesmos), tendemos a fazer atribuições situacionais sobre seus comportamentos negativos e atribuições disposicionais sobre seus comportamentos positivos. O inverso é verdadeiro para quem não gostamos.  Isso acontece pela dissonância que acontece quando gostamos de uma pessoa e a vemos se comportar feio. Exemplo: Se um amigo meu bate em alguém, tenho a tendência a achar que a criatura que apanhou mereceu, e meu amigo só estava se defendendo. Um exemplo gritante acontecido aqui semana passada: Um juiz, condenou o Paul Manaford, criatura que roubou $40 milhões do fisco (tão verdadeiro que teve que devolve-los), criou nem lembro mais quantas companhias fantasmas para trabalhos com países inimigos dos USA, mentiu, falsificou, enfim, a lista é longa, a 4 anos de prisão, dizendo “For a todo o acima, sempre foi um pilar da sociedade”. Mesmo juiz que, há um mês condenou a 15 anos de cadeia um cidadão negro, que foi pego com algumas gramas de maconha medicinal, que havia comprado, de forma legal, em outro estado.

PRECONCEITO
É um sentimento afetivo em relação a uma pessoa ou membro do grupo baseado unicamente na participação do grupo dessa pessoa (comportamento tribal). A palavra é freqüentemente usada para se referir a sentimentos preconcebidos, geralmente desfavoráveis, em relação a pessoas ou pessoas por causa de sua afiliação política, sexo, gênero, crenças, valores, classe social, idade, deficiência, religião, sexualidade, raça / etnia, idioma, nacionalidade, beleza, ocupação, educação, criminalidade, afiliação a equipes desportivas ou outras características pessoais. Isso nem precisa de exemplo."

Concluindo, o fato biologico é que todos nós temos esses viezes. Como tudo o mais na vida, a única maneira de melhora-los é parar com nossas justificativas para com os mesmos, pensar um pouco mais em nossas própias atitudes, e tomar tento. O mundo agradece.





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