6 COISAS A SEREM SABIDAS A RESPEITO DAS MATANÇAS EM MASSA NOS USA
Nota do Editor: Esta é uma história atualizada e que foi publicada pela primeira vez em 2016 após a matança no nightclub Pulse, em Orlando, FL
Nota minha: Na época, citanda matança foi denominada “a maior já havida nos USA”. Esta, em LV, bateu o recorde de Orlando. O autor do artigo é Frederic Lemieux,professor e Diretor de Prática no Mestrado em Inteligência Aplicada da Universidade de Georgetown.
“Os USA tiveram outra matança em massa , desta vez no Mandalay Bay Resort and Casino na Strip em Las Vegas, Nevada. É alegadamente, o maior tiroteio em massa na história dos EUA.
Como criminologista, revisei pesquisas recentes na esperança de desconsiderar alguns dos equívocos comuns que ouvi nas discussões que surgem sempre que ocorre um desses eventos.
1-MAIS ARMAS NÃO NOS TORNAM MAIS SEGUROS
Um estudo que realizei a respeito de tiroteios em massa, mostrou que esse fenômeno não se limita aos Estados Unidos, pois tais eventos também ocorreram em outras 25 nações ricas entre 1983 e 2013. O que acontece é que,o número de tiroteios em massa nos Estados Unidos ultrapassa em muito o de qualquer outro país incluído no estudo durante o mesmo período de tempo.
Os EUA tiveram 78 tiroteios em massa durante esse período de 30 anos.
O maior número de tiroteios em massa experimentados fora dos Estados Unidos foi na Alemanha, onde ocorreram 7.
Nos outros 24 países industrializados, somando todos eles, foram 41 .
Ou seja, os EUA teve quase que o dobro do número de tiroteios em massa do que os outros 24 países juntos, no mesmo período de 30 anos.
Outro achado significativo é que os tiroteios em massa e o índice de propriedade de armas estão altamente correlacionadas. Quanto maior taxa de propriedade, mais um país é suscetível a enfrentar incidentes de tiro em massa. Essa associação permanece alta mesmo quando o número de incidentes dos Estados Unidos é retirado da análise.
Resultados semelhantes foram encontrados pelo Office de Drogas e Crime das Nações Unidas, que afirma que os países com taxas mais altas de propriedade de armas de fogo,também têm taxas mais altas de homicídios por armas.
Meu estudo também mostra uma forte correlação entre baixas incidencias de tiroteios de massa e total de mortes por taxas de armas de fogo. No entanto, nesta última análise, a relação parece ser principalmente impulsionada pelo número muito alto de mortes por armas de fogo nos Estados Unidos. A relação desaparece quando os Estados Unidos são retirados da análise.
2-OS TIROTEIOS ESTÃO SE TORNANDO MAIS FREQUENTES
Um estudo recente publicado pelo Harvard Injury Control Research Center mostra que a freqüência desse tipo de tiroteiro está aumentando ao longo do tempo. Os pesquisadores mediram o aumento ao calcular o tempo entre a ocorrência dos mesmos. De acordo com a pesquisa, os dias que separaram a ocorrência passaram de,em média,de 200 dias durante o período de 1983 a 2011 a 64 dias desde 2011.
O mais alarmante é o fato de que essa tendência crescente está se movendo na direção oposta à das taxas globais de homicídios intencionais nos EUA, que diminuíram quase 50% desde 1993 e na Europa onde diminuíram 40% entre 2003 e 2013.
3-RESTRIÇÃO NAS VENDAS FUNCIONA
Devido à Segunda Emenda da Constituição, os USA tem leis permissivas de licenciamento de armas, contrastando com a maioria dos países desenvolvidos, que possuem leis restritivas.
De acordo com um trabalho seminal dos criminologistas George Newton e Franklin Zimring, as leis permissivas de licenciamento de armas referem-se a um sistema no qual todos os grupos de pessoas, a não ser os especificamente proibidos, podem comprar uma arma de fogo. Em tal sistema, um indivíduo não precisa justificar a compra de uma arma, mas é a autoridade de licenciamento quem tem o ônus da prova ,para negar a aquisição das mesmas.
Em contrapartida, as leis de licenciamento de armas restritivas referem-se a um sistema em que indivíduos que desejam comprar armas de fogo devem demonstrar a uma autoridade de licenciamento que eles têm motivos válidos para obter uma arma, tal como usá-la em um campo de tiro ou para caçar, e que demonstram "bom caráter."
O tipo de lei de arma aprovada tem impactos importantes. Países com leis de licenciamento de armas mais restritivas mostram menos mortes por armas de fogo e uma menor taxa de propriedade de armas.
4-COMPARAÇÕES HISTÓRICAS PODEM SER FALHAS
A partir de 2008, o FBI começõu a utilizar uma definição mais restrita de tiroteios em massa, limitando-os a incidentes onde um indivíduo, ou em circunstâncias raras, mais de um, “mata quatro ou mais pessoas em um único incidente (não incluindo o atirador), geralmente em um único local".
Em 2013, o FBI mudou sua definição, afastando-se de "tiroteios em massa" para identificar um "atirador ativo" como "um indivíduo ativamente envolvido em matar ou tentar matar pessoas em uma área confinada e povoada". Essa mudança significa que a agência agora inclui incidentes em que morrem menos de quatro pessoas, mas em que vários estão feridos, como no tiroteio de 2014 em Nova Orleans.
Esta alteração na definição afetou diretamente a quantidade de casos incluídos nos estudos e afetou a comparabilidade dos estudos realizados antes e após 2013.
Ainda mais preocupante, alguns pesquisadores de tiroteio em massa, como o criminologista James Alan Fox, incorporaram em seus estudos vários tipos de homicídios múltiplos que não podem ser definidos como tiroteio em massa: por exemplo, familicida (uma forma de violência doméstica) e assassinatos de gangues. No caso do familiaricídio, as vítimas são exclusivamente membros da família e não participantes aleatórios. Os assassinatos de gangues geralmente são crime para lucro ou uma punição para gangues rivais ou um membro da gangue que é um informante. Tais homicídios não pertencem à análise de tiroteios em massa.
5- NEM TODAS AS MATANÇAS EM MASSA SÃO TERRORISMO
Os jornalistas às vezes descrevem esses acontecimentos como uma forma de terrorismo doméstico, conexão essa que pode ser enganosa.
Não há dúvida de que os tiroteios em massa são "aterradores" e "aterrorizam" a comunidade onde acontecem. No entanto, nem todos os atiradores ativos envolvidos têm uma mensagem ou causa política.
Por exemplo, o tiroteio da igreja em Charleston, Carolina do Sul, em junho de 2015, foi um crime de ódio, mas o governo federal não julgou ser um ato terrorista.
A maioria dos atiradores ativos costuma ter problemas de saúde mental, bullying ou são funcionários descontentes. Podem ser motivados por uma variedade de motivações pessoais ou políticos, geralmente não visando enfraquecer a legitimidade do governo. As motivações mais freqüentes são a vingança ou busca do poder.
6- VERIFICAÇÃO DE ANTECEDENTES FUNCIONA
Em países desenvolvidos onde as verificações de antecedentes são mais restritivas, os cidadãos são obrigados a treinar para manipulação de armas, obter uma licença para caça ou fornecer comprovante de adesão a um campo de tiro.
Os indivíduos devem provar que não pertencem a nenhum "grupo proibido", como doentes mentais, criminosos, ou aqueles com alto risco de cometer crimes violentos, como indivíduos com registro policial ou que já ameaçaram a vida de outrém.
A conclusão é: se essas disposições existissem aqui nos USA, a venda de armas teria sido negada à maioria dos atiradores ativos, vidas teriam sido salvas, aos montes, incluindo as das 23 crianças de Sandy Hook.”
Sugiro dar uma olhada no artigo original (CLIQUE AQUI) onde os gráficos valem mais que mil palavras.
Nota minha: Na época, citanda matança foi denominada “a maior já havida nos USA”. Esta, em LV, bateu o recorde de Orlando. O autor do artigo é Frederic Lemieux,professor e Diretor de Prática no Mestrado em Inteligência Aplicada da Universidade de Georgetown.
“Os USA tiveram outra matança em massa , desta vez no Mandalay Bay Resort and Casino na Strip em Las Vegas, Nevada. É alegadamente, o maior tiroteio em massa na história dos EUA.
Como criminologista, revisei pesquisas recentes na esperança de desconsiderar alguns dos equívocos comuns que ouvi nas discussões que surgem sempre que ocorre um desses eventos.
1-MAIS ARMAS NÃO NOS TORNAM MAIS SEGUROS
Um estudo que realizei a respeito de tiroteios em massa, mostrou que esse fenômeno não se limita aos Estados Unidos, pois tais eventos também ocorreram em outras 25 nações ricas entre 1983 e 2013. O que acontece é que,o número de tiroteios em massa nos Estados Unidos ultrapassa em muito o de qualquer outro país incluído no estudo durante o mesmo período de tempo.
Os EUA tiveram 78 tiroteios em massa durante esse período de 30 anos.
O maior número de tiroteios em massa experimentados fora dos Estados Unidos foi na Alemanha, onde ocorreram 7.
Nos outros 24 países industrializados, somando todos eles, foram 41 .
Ou seja, os EUA teve quase que o dobro do número de tiroteios em massa do que os outros 24 países juntos, no mesmo período de 30 anos.
Outro achado significativo é que os tiroteios em massa e o índice de propriedade de armas estão altamente correlacionadas. Quanto maior taxa de propriedade, mais um país é suscetível a enfrentar incidentes de tiro em massa. Essa associação permanece alta mesmo quando o número de incidentes dos Estados Unidos é retirado da análise.
Resultados semelhantes foram encontrados pelo Office de Drogas e Crime das Nações Unidas, que afirma que os países com taxas mais altas de propriedade de armas de fogo,também têm taxas mais altas de homicídios por armas.
Meu estudo também mostra uma forte correlação entre baixas incidencias de tiroteios de massa e total de mortes por taxas de armas de fogo. No entanto, nesta última análise, a relação parece ser principalmente impulsionada pelo número muito alto de mortes por armas de fogo nos Estados Unidos. A relação desaparece quando os Estados Unidos são retirados da análise.
2-OS TIROTEIOS ESTÃO SE TORNANDO MAIS FREQUENTES
Um estudo recente publicado pelo Harvard Injury Control Research Center mostra que a freqüência desse tipo de tiroteiro está aumentando ao longo do tempo. Os pesquisadores mediram o aumento ao calcular o tempo entre a ocorrência dos mesmos. De acordo com a pesquisa, os dias que separaram a ocorrência passaram de,em média,de 200 dias durante o período de 1983 a 2011 a 64 dias desde 2011.
O mais alarmante é o fato de que essa tendência crescente está se movendo na direção oposta à das taxas globais de homicídios intencionais nos EUA, que diminuíram quase 50% desde 1993 e na Europa onde diminuíram 40% entre 2003 e 2013.
3-RESTRIÇÃO NAS VENDAS FUNCIONA
Devido à Segunda Emenda da Constituição, os USA tem leis permissivas de licenciamento de armas, contrastando com a maioria dos países desenvolvidos, que possuem leis restritivas.
De acordo com um trabalho seminal dos criminologistas George Newton e Franklin Zimring, as leis permissivas de licenciamento de armas referem-se a um sistema no qual todos os grupos de pessoas, a não ser os especificamente proibidos, podem comprar uma arma de fogo. Em tal sistema, um indivíduo não precisa justificar a compra de uma arma, mas é a autoridade de licenciamento quem tem o ônus da prova ,para negar a aquisição das mesmas.
Em contrapartida, as leis de licenciamento de armas restritivas referem-se a um sistema em que indivíduos que desejam comprar armas de fogo devem demonstrar a uma autoridade de licenciamento que eles têm motivos válidos para obter uma arma, tal como usá-la em um campo de tiro ou para caçar, e que demonstram "bom caráter."
O tipo de lei de arma aprovada tem impactos importantes. Países com leis de licenciamento de armas mais restritivas mostram menos mortes por armas de fogo e uma menor taxa de propriedade de armas.
4-COMPARAÇÕES HISTÓRICAS PODEM SER FALHAS
A partir de 2008, o FBI começõu a utilizar uma definição mais restrita de tiroteios em massa, limitando-os a incidentes onde um indivíduo, ou em circunstâncias raras, mais de um, “mata quatro ou mais pessoas em um único incidente (não incluindo o atirador), geralmente em um único local".
Em 2013, o FBI mudou sua definição, afastando-se de "tiroteios em massa" para identificar um "atirador ativo" como "um indivíduo ativamente envolvido em matar ou tentar matar pessoas em uma área confinada e povoada". Essa mudança significa que a agência agora inclui incidentes em que morrem menos de quatro pessoas, mas em que vários estão feridos, como no tiroteio de 2014 em Nova Orleans.
Esta alteração na definição afetou diretamente a quantidade de casos incluídos nos estudos e afetou a comparabilidade dos estudos realizados antes e após 2013.
Ainda mais preocupante, alguns pesquisadores de tiroteio em massa, como o criminologista James Alan Fox, incorporaram em seus estudos vários tipos de homicídios múltiplos que não podem ser definidos como tiroteio em massa: por exemplo, familicida (uma forma de violência doméstica) e assassinatos de gangues. No caso do familiaricídio, as vítimas são exclusivamente membros da família e não participantes aleatórios. Os assassinatos de gangues geralmente são crime para lucro ou uma punição para gangues rivais ou um membro da gangue que é um informante. Tais homicídios não pertencem à análise de tiroteios em massa.
5- NEM TODAS AS MATANÇAS EM MASSA SÃO TERRORISMO
Os jornalistas às vezes descrevem esses acontecimentos como uma forma de terrorismo doméstico, conexão essa que pode ser enganosa.
Não há dúvida de que os tiroteios em massa são "aterradores" e "aterrorizam" a comunidade onde acontecem. No entanto, nem todos os atiradores ativos envolvidos têm uma mensagem ou causa política.
Por exemplo, o tiroteio da igreja em Charleston, Carolina do Sul, em junho de 2015, foi um crime de ódio, mas o governo federal não julgou ser um ato terrorista.
A maioria dos atiradores ativos costuma ter problemas de saúde mental, bullying ou são funcionários descontentes. Podem ser motivados por uma variedade de motivações pessoais ou políticos, geralmente não visando enfraquecer a legitimidade do governo. As motivações mais freqüentes são a vingança ou busca do poder.
6- VERIFICAÇÃO DE ANTECEDENTES FUNCIONA
Em países desenvolvidos onde as verificações de antecedentes são mais restritivas, os cidadãos são obrigados a treinar para manipulação de armas, obter uma licença para caça ou fornecer comprovante de adesão a um campo de tiro.
Os indivíduos devem provar que não pertencem a nenhum "grupo proibido", como doentes mentais, criminosos, ou aqueles com alto risco de cometer crimes violentos, como indivíduos com registro policial ou que já ameaçaram a vida de outrém.
A conclusão é: se essas disposições existissem aqui nos USA, a venda de armas teria sido negada à maioria dos atiradores ativos, vidas teriam sido salvas, aos montes, incluindo as das 23 crianças de Sandy Hook.”
Sugiro dar uma olhada no artigo original (CLIQUE AQUI) onde os gráficos valem mais que mil palavras.
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