AS ALEGRIAS DA VELHICE (SEM BRINCADEIRA) por Oliver Sacks
Publicado no NY Times em 6 de Julho de 2013
Por que traduzir esse artigo? Porque é lindo, porque admiro demais o Dr. Sacks, porque me fez pensar e lembrar e cogitar a respeito de sexo de anjos e dos caminhos da vida. Me fez lembrar da primeira vez que ouvi seu nome, lá no começo da década de 80, quando fui convidada pela Johnson para assistir a première do filme “Tempo de Despertar – Awakening”, carregando comigo um estagiário lá de “Belzonte”, menino ótimo, outro que infelizmente sumiu nos caminhos ou descaminhos dessa vida. Esse artigo é do aniversário de 80 anos do já citado doutor.
“Noite passada sonhei com mercúrio – enormes e brilhantes bolhas de inquietação, subindo e descendo. Mercúrio é o elemento de numero 80, e o sonho me lembrou que, na quinta, terei 80 anos, euzinho.
Elementos e aniversários têm estado interligados desde minha infância, quando aprendi a respeito de números atômicos. Quando fiz onze anos, saí dizendo “Eu sou sódio”(elemento atômico 11), e agora aos 79, sou ouro. Há alguns anos atrás, quando presenteei um amigo com uma garrafinha inquebrável com mercúrio pelos seus 80 anos, ele me olhou de forma peculiar, mas mais tarde mandou-me uma carta em forma de piada, dizendo: “Tomo um pouquinho todas as manhãs, para minha saúde”.
Oitenta! Difícil de acreditar. Muitas vezes sinto que a vida está apenas começando, só para perceber que está quase acabando. Minha mãe foi a filha número 16, de uma prole de 18. Eu fui o mais novo de seus 4 filhos, o mais novo de todos os primos, o mais novo no ginásio. Fiquei com essa sensação de ser o mais novo, mesmo agora que sou quase a pessoa mais velha que conheço.
Pensei que ia morrer aos 41, quando tive uma queda enquanto escalava uma montanha sozinho. Fiz uma tala na perna, o melhor que pude, e comecei a me descer, montanha abaixo, só com meus braços. Nas longas horas que se seguiram, fui assaltado por memórias, boas e más. A maioria era de gratidão – gratidão pelo que recebi e gratidão por ter podido dar algo de volta. O livro “Awakenings” havia sido publicado no ano anterior.
Aos quase 80, com uma variedade de problemas médicos e cirúrgicos, nenhum deles incapacitante, sinto-me feliz por estar vivo, e, de vez em quando, quando o tempo está perfeito, me pego berrando “Estou feliz por não estar morto!” (Como contraponto a uma história que ouvi de um amigo, o qual, andando com Samuel Beckett em Paris, numa perfeita manhã de primavera, disse a ele “Um dia como este, não te faz feliz por estar vivo?”, ao que Beckett respondeu “Não vamos exagerar”).
Sou grato por ter experienciado muitas coisas, algumas maravilhosas, outras horríveis, e que fui capaz de escrever uma dúzia de livros, receber inúmeras cartas de amigos, colegas e leitores, e de curtir o que Nathaniel Hawthorne chamou de “intercurso com o mundo”.
Sinto ter desperdiçado (e continuo desperdiçando) tanto tempo. Sinto por ser, aos 80, tão horrendamente tímido como era aos 20. Sinto por não falar outras línguas e por não ter viajado e vivido outras culturas tão extensamente quanto deveria ter feito.
Sinto que deveria estar tentando completar minha vida, seja lá o que for que isso signifique. Alguns de meus pacientes com seus 90 e 100 anos, dizem “nunc dimittis” (Tive uma vida plena e agora estou pronto para ir). Para alguns deles significa ir para o céu, e é sempre o céu ao invés do inferno, embora Samuel Johnson e James Boswell apregoaram as maravilhas do inferno e ficaram furiosos com David Hume, que não tinha nenhuma dessas crenças. De minha parte, não creio, nem tenho qualquer vontade de crer em nenhum tipo de existência pos-mortem, a não ser na memória de amigos e na esperança que alguns de meus livros continuem “falando” a algumas pessoas depois de meu falecimento.
W.H.Auden costumava me dizer que ia viver até os 80 e depois “cair fora” (viveu apenas até os 67), e, embora já tenha morrido há 40 anos, ainda sonho com ele, assim como com meus pais e ex pacientes, todos idos há muito, mas que amei e foram importantes em minha vida.
Aos 80, os espectros da demência e do derrame pairam sempre presentes. Um terço de meus contemporâneos está morto, e muitos outros, com estragos físicos ou mentais profundos, estão aprisionados numa existência mínima e trágica. Aos 80, as marcas da decadência são mais do que visíveis. As reações são mais lentas, esquecemos os nomes frequentemente, e as energias precisam ser buscadas no fundo do poço, e mesmo assim, muitos se sentem cheios de energia e vida e nem um pouco “velhos”.
Talvez, com um pouco de sorte, consiga passar por essa mais ou menos intacto, e por mais alguns anos consiga manter a liberdade de amar e trabalhar, as duas coisas mais importantes da vida, como tão bem disse Freud.
Quando minha hora chegar, espero poder morrer com minha armadura, como o fez Francis Crick. Quando lhe foi dito que seu câncer tinha retornado, inicialmente não disse nada, simplesmente olhou à distância por alguns minutos e depois voltou a fazer o que estava fazendo, e quando pressionado a respeito de seu diagnostico, disse: “Seja lá o que for que tem um começo, tem que ter um fim”. Quando morreu, aos 88, continuava totalmente absorto em seu trabalho criativo.
Meu pai, que morreu aos 94, costumava dizer que os 80 anos foram uma das mais agradáveis décadas de toda sua vida. Ele achava, do mesmo jeito que eu também começo a achar, que não é um estreitamento, mas sim um alargamento da vida mental e das perspectivas. A criatura nesse ponto teve uma longa experiência de vida, não só da própria, mas de outras vidas também. Viu triunfos e tragédias, glórias e fracassos, revoluções e guerras, grandes conquistas e profundas ambiguidades. Viu o ascender de grandes teorias só para ver também a sua destruição pela teimosia dos fatos.
Fica-se mais consciente de nossa transitoriedade, e quem sabe, da beleza. Aos 80, a criatura pode dar uma olhada, e ter um vívido e vivido sentido de história, coisa que antes não é possível. Posso imaginar e sentir em meus ossos o que significa um século, coisa impossível quando tinha 40 ou 60.
Não penso na velhice como um tempo sombrio e terrível, ao qual se deva de alguma forma resistir e aguentar o melhor possível, mas sim como uma época de lazer e liberdade. Liberdade das falaciosas urgências da juventude, livre para explorar o que me der na telha, e a beleza de poder juntar pensamentos e sentimentos de uma vida inteira. Tô louquinho para chegar aos 80.”
Esse texto, como tudo o que li dele, me comoveu profundamente. Voltei anos de vida, quando vi o Awakening e aprendi ali, naquele momento, o significado de ser médico, que não é só ser muito bom em diagnóstico e tratamento, mas acima de tudo, e principalmente, desenvolver a capacidade de estar com o paciente e, junto com este, reescrever a historia de sua vida. Me esforcei muito para alcançar esta meta, que não é natural nos neurologistas (somos chegados a um certo encastelamento acima das coisas da vida, e nada explica isso melhor do que a velhíssima piada a respeito de dois amigos, um clinico geral, outro neurologista, que morreram e chegam às portas do céu, onde são Pedro os esperava; o neurologista lá vai e diz a Pedro o óbvio: olá, sou neurologista, e Pedro diz: sinto muito, neurologistas não entram aqui. O clinico entra em surto, pensando, cruz credo, se não aceitam neurologistas, imagine eu…mas depois que informa a São Pedro de suas credenciais, o velhinho o acolhe com todo o carinho e o leva a uma visita pelo céu. A alturas tantas, vê um cara futricando dentro da cabeça de outro, e não se aguenta e pergunta: “São Pedro, o Sr. disse que neuro não entra aqui, então quem é aquele cara?” E Pedro: “Meu filho, este é o problema. Aquele cara é Deus, e ele pensa que é neurologista”).
Graças às maravilhas da internet, volta e meia um ex paciente me encontra por aqui, e me manda um alô e alegra meu dia. Então entendo perfeitamente essa gratidão da qual ele fala, embora pelas minhas contas, esteja meio que distante dos 80, mas juro que chego lá, afinal, tenho fé (e como!) na danada da neuro, que continua sendo uma paixão.
Oliver Sacks é professor de neurologia na faculdade de Medicina da Universidade de NY. Nasceu na Inglaterra em 9 de Julho de 1933, de pai médico e a mãe uma das primeiras cirurgiãs daquele país. Aos 6 anos de idade, foi evacuado de Londres por causa da Guerra, e foi parar numa escola onde o diretor era sádico e fazia as crianças subsistirem com apenas beterrabas e algumas batatas, fora aplicar severos castigos físicos. Formou-se em medicina por Oxford, e mudou-se para NY em 1956, onde continua até hoje. Em 1966, foi trabalhar no Beth Abraham Hospital, um centro para doentes com Encefalite Letárgica, pessoas que não tinham se movido por anos, e seu trabalho lá é o livro “Awakenings”, que também é a base do Instituto para Música e Função Neurológica, no qual continua sendo consultor. Padeceu sua vida toda de Prosopopagnosia, ou cegueira facial, e ficou cego do olho direito, devido a tumor maligno no mesmo.
Seus livros, que fortemente recomendo:
Migraine (1970) - Enxaqueca
Awakenings (1973)- Tempo de Despertar
A Leg to Stand On (1984) – Com uma perna só
The Man Who Mistook His Wife for a Hat (1985)- O homem que confundiu sua mulher com um chapéu
Seeing Voices: A Journey Into the World of the Deaf (1989) – Vendo vozes: Uma viagem ao mundo dos surdos
An Anthropologist on Mars (1995)- Um antropólogo em Marte
The Island of the Colorblind (1997)- A Ilha dos Daltônicos
Uncle Tungsten: Memories of a Chemical Boyhood (2001)- Tio Tungstênio, memórias de uma infância química.
Oaxaca Journal (2002) – sem tradução em português
Musicophilia: Tales of Music and the Brain (2007) – Musicofilia, histórias de Música e do Cérebro
The Mind's Eye (2010)- sem tradução em português
Hallucinations (2012) - sem tradução em português
Trailer
Por que traduzir esse artigo? Porque é lindo, porque admiro demais o Dr. Sacks, porque me fez pensar e lembrar e cogitar a respeito de sexo de anjos e dos caminhos da vida. Me fez lembrar da primeira vez que ouvi seu nome, lá no começo da década de 80, quando fui convidada pela Johnson para assistir a première do filme “Tempo de Despertar – Awakening”, carregando comigo um estagiário lá de “Belzonte”, menino ótimo, outro que infelizmente sumiu nos caminhos ou descaminhos dessa vida. Esse artigo é do aniversário de 80 anos do já citado doutor.
“Noite passada sonhei com mercúrio – enormes e brilhantes bolhas de inquietação, subindo e descendo. Mercúrio é o elemento de numero 80, e o sonho me lembrou que, na quinta, terei 80 anos, euzinho.
Elementos e aniversários têm estado interligados desde minha infância, quando aprendi a respeito de números atômicos. Quando fiz onze anos, saí dizendo “Eu sou sódio”(elemento atômico 11), e agora aos 79, sou ouro. Há alguns anos atrás, quando presenteei um amigo com uma garrafinha inquebrável com mercúrio pelos seus 80 anos, ele me olhou de forma peculiar, mas mais tarde mandou-me uma carta em forma de piada, dizendo: “Tomo um pouquinho todas as manhãs, para minha saúde”.
Oitenta! Difícil de acreditar. Muitas vezes sinto que a vida está apenas começando, só para perceber que está quase acabando. Minha mãe foi a filha número 16, de uma prole de 18. Eu fui o mais novo de seus 4 filhos, o mais novo de todos os primos, o mais novo no ginásio. Fiquei com essa sensação de ser o mais novo, mesmo agora que sou quase a pessoa mais velha que conheço.
Pensei que ia morrer aos 41, quando tive uma queda enquanto escalava uma montanha sozinho. Fiz uma tala na perna, o melhor que pude, e comecei a me descer, montanha abaixo, só com meus braços. Nas longas horas que se seguiram, fui assaltado por memórias, boas e más. A maioria era de gratidão – gratidão pelo que recebi e gratidão por ter podido dar algo de volta. O livro “Awakenings” havia sido publicado no ano anterior.
Aos quase 80, com uma variedade de problemas médicos e cirúrgicos, nenhum deles incapacitante, sinto-me feliz por estar vivo, e, de vez em quando, quando o tempo está perfeito, me pego berrando “Estou feliz por não estar morto!” (Como contraponto a uma história que ouvi de um amigo, o qual, andando com Samuel Beckett em Paris, numa perfeita manhã de primavera, disse a ele “Um dia como este, não te faz feliz por estar vivo?”, ao que Beckett respondeu “Não vamos exagerar”).
Sou grato por ter experienciado muitas coisas, algumas maravilhosas, outras horríveis, e que fui capaz de escrever uma dúzia de livros, receber inúmeras cartas de amigos, colegas e leitores, e de curtir o que Nathaniel Hawthorne chamou de “intercurso com o mundo”.
Sinto ter desperdiçado (e continuo desperdiçando) tanto tempo. Sinto por ser, aos 80, tão horrendamente tímido como era aos 20. Sinto por não falar outras línguas e por não ter viajado e vivido outras culturas tão extensamente quanto deveria ter feito.
Sinto que deveria estar tentando completar minha vida, seja lá o que for que isso signifique. Alguns de meus pacientes com seus 90 e 100 anos, dizem “nunc dimittis” (Tive uma vida plena e agora estou pronto para ir). Para alguns deles significa ir para o céu, e é sempre o céu ao invés do inferno, embora Samuel Johnson e James Boswell apregoaram as maravilhas do inferno e ficaram furiosos com David Hume, que não tinha nenhuma dessas crenças. De minha parte, não creio, nem tenho qualquer vontade de crer em nenhum tipo de existência pos-mortem, a não ser na memória de amigos e na esperança que alguns de meus livros continuem “falando” a algumas pessoas depois de meu falecimento.
W.H.Auden costumava me dizer que ia viver até os 80 e depois “cair fora” (viveu apenas até os 67), e, embora já tenha morrido há 40 anos, ainda sonho com ele, assim como com meus pais e ex pacientes, todos idos há muito, mas que amei e foram importantes em minha vida.
Aos 80, os espectros da demência e do derrame pairam sempre presentes. Um terço de meus contemporâneos está morto, e muitos outros, com estragos físicos ou mentais profundos, estão aprisionados numa existência mínima e trágica. Aos 80, as marcas da decadência são mais do que visíveis. As reações são mais lentas, esquecemos os nomes frequentemente, e as energias precisam ser buscadas no fundo do poço, e mesmo assim, muitos se sentem cheios de energia e vida e nem um pouco “velhos”.
Talvez, com um pouco de sorte, consiga passar por essa mais ou menos intacto, e por mais alguns anos consiga manter a liberdade de amar e trabalhar, as duas coisas mais importantes da vida, como tão bem disse Freud.
Quando minha hora chegar, espero poder morrer com minha armadura, como o fez Francis Crick. Quando lhe foi dito que seu câncer tinha retornado, inicialmente não disse nada, simplesmente olhou à distância por alguns minutos e depois voltou a fazer o que estava fazendo, e quando pressionado a respeito de seu diagnostico, disse: “Seja lá o que for que tem um começo, tem que ter um fim”. Quando morreu, aos 88, continuava totalmente absorto em seu trabalho criativo.
Meu pai, que morreu aos 94, costumava dizer que os 80 anos foram uma das mais agradáveis décadas de toda sua vida. Ele achava, do mesmo jeito que eu também começo a achar, que não é um estreitamento, mas sim um alargamento da vida mental e das perspectivas. A criatura nesse ponto teve uma longa experiência de vida, não só da própria, mas de outras vidas também. Viu triunfos e tragédias, glórias e fracassos, revoluções e guerras, grandes conquistas e profundas ambiguidades. Viu o ascender de grandes teorias só para ver também a sua destruição pela teimosia dos fatos.
Fica-se mais consciente de nossa transitoriedade, e quem sabe, da beleza. Aos 80, a criatura pode dar uma olhada, e ter um vívido e vivido sentido de história, coisa que antes não é possível. Posso imaginar e sentir em meus ossos o que significa um século, coisa impossível quando tinha 40 ou 60.
Não penso na velhice como um tempo sombrio e terrível, ao qual se deva de alguma forma resistir e aguentar o melhor possível, mas sim como uma época de lazer e liberdade. Liberdade das falaciosas urgências da juventude, livre para explorar o que me der na telha, e a beleza de poder juntar pensamentos e sentimentos de uma vida inteira. Tô louquinho para chegar aos 80.”
Esse texto, como tudo o que li dele, me comoveu profundamente. Voltei anos de vida, quando vi o Awakening e aprendi ali, naquele momento, o significado de ser médico, que não é só ser muito bom em diagnóstico e tratamento, mas acima de tudo, e principalmente, desenvolver a capacidade de estar com o paciente e, junto com este, reescrever a historia de sua vida. Me esforcei muito para alcançar esta meta, que não é natural nos neurologistas (somos chegados a um certo encastelamento acima das coisas da vida, e nada explica isso melhor do que a velhíssima piada a respeito de dois amigos, um clinico geral, outro neurologista, que morreram e chegam às portas do céu, onde são Pedro os esperava; o neurologista lá vai e diz a Pedro o óbvio: olá, sou neurologista, e Pedro diz: sinto muito, neurologistas não entram aqui. O clinico entra em surto, pensando, cruz credo, se não aceitam neurologistas, imagine eu…mas depois que informa a São Pedro de suas credenciais, o velhinho o acolhe com todo o carinho e o leva a uma visita pelo céu. A alturas tantas, vê um cara futricando dentro da cabeça de outro, e não se aguenta e pergunta: “São Pedro, o Sr. disse que neuro não entra aqui, então quem é aquele cara?” E Pedro: “Meu filho, este é o problema. Aquele cara é Deus, e ele pensa que é neurologista”).
Graças às maravilhas da internet, volta e meia um ex paciente me encontra por aqui, e me manda um alô e alegra meu dia. Então entendo perfeitamente essa gratidão da qual ele fala, embora pelas minhas contas, esteja meio que distante dos 80, mas juro que chego lá, afinal, tenho fé (e como!) na danada da neuro, que continua sendo uma paixão.
Oliver Sacks é professor de neurologia na faculdade de Medicina da Universidade de NY. Nasceu na Inglaterra em 9 de Julho de 1933, de pai médico e a mãe uma das primeiras cirurgiãs daquele país. Aos 6 anos de idade, foi evacuado de Londres por causa da Guerra, e foi parar numa escola onde o diretor era sádico e fazia as crianças subsistirem com apenas beterrabas e algumas batatas, fora aplicar severos castigos físicos. Formou-se em medicina por Oxford, e mudou-se para NY em 1956, onde continua até hoje. Em 1966, foi trabalhar no Beth Abraham Hospital, um centro para doentes com Encefalite Letárgica, pessoas que não tinham se movido por anos, e seu trabalho lá é o livro “Awakenings”, que também é a base do Instituto para Música e Função Neurológica, no qual continua sendo consultor. Padeceu sua vida toda de Prosopopagnosia, ou cegueira facial, e ficou cego do olho direito, devido a tumor maligno no mesmo.
Seus livros, que fortemente recomendo:
Migraine (1970) - Enxaqueca
Awakenings (1973)- Tempo de Despertar
A Leg to Stand On (1984) – Com uma perna só
The Man Who Mistook His Wife for a Hat (1985)- O homem que confundiu sua mulher com um chapéu
Seeing Voices: A Journey Into the World of the Deaf (1989) – Vendo vozes: Uma viagem ao mundo dos surdos
An Anthropologist on Mars (1995)- Um antropólogo em Marte
The Island of the Colorblind (1997)- A Ilha dos Daltônicos
Uncle Tungsten: Memories of a Chemical Boyhood (2001)- Tio Tungstênio, memórias de uma infância química.
Oaxaca Journal (2002) – sem tradução em português
Musicophilia: Tales of Music and the Brain (2007) – Musicofilia, histórias de Música e do Cérebro
The Mind's Eye (2010)- sem tradução em português
Hallucinations (2012) - sem tradução em português
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Olá Patrícia,
ResponderExcluirAdorei o texto, também sou fã do Oliver Sacks, acho que já li quase tudo o que ele escreveu, também sou médica, mas não chego aos pés de um neuro...rsrsrsr.
Estou seguindo seu blog, sempre com posts muito interessantes.
Abraço
Olá Cristiane,
ResponderExcluirPrimeiro, perdão pelo atraso na resposta, mas mudar de estado me atrapalhou um pouco. Estou pensando num clube de fãs do Oliver, hehe, e quanto ao não chegar aos pés de um neuro, é uma frase altamente discutivel. Não sei qual é sua especialidade, mas neuro que sou, se me puserem uma criança doente perto, só vou fazer é chorar junto, então não existe essa coisa.Obrigada por me seguir.
Abraços