CIÊNCIA DA FELICIDADE:OS 7 HABITOS DE PESSOAS FELIZES


Science of Happiness- 7 Habits of Happy People   

(Desde que cheguei aos USA, fiquei intrigada com essa coisa esquisita da busca da felicidade como fazendo parte da Declaração dos Direito Humanos. Para mim felicidade era algo que acontecia meio assim como na música "felicidade, passei no vestibular, trá la la.."e não algo de que se saisse atrás. Vai daí que um dia, debaixo do chuveiro, cantando, o insight apareceu: faz o maior sentido! Felicidade não é o receber passivo...felicidade é algo que se vai buscar, pois veja, felicidade, passei no vestibular, é absolutamente verdadeiro, só não vem na música todo o esforço despreendido para que tal coisa acontecesse. Dia seguinte, no trabalho, meu chefe me pergunta se queria participar de um "teste de felicidade"que um tal de Seligmanm de quem jamais tinha ouvido falar, estava desenvolvendo. E pronto. Fui apresentada à psicologia positiva, coisa que também desconhecia. E um novo mundo de possibilidades se apresentou, e continua se apresentando. Espero que funcione para vocês também)

Tanto na internet quanto em livrarias, milhares de gurus falam de diferentes remédios para a miséria humana.

Como saber qual funciona? 

Usando o maior de nossos gurus, que é o método científico. 

Recentemente vimos um incrível aumento no estudo da Psicologia Positiva e da "Ciência da Felicidade", que é apenas procurar descobrir o que faz as pessoas felizes, felizes.

Por sorte, a maioria dos estudos aponta para formas específicas de pensar e agir, que tem grande impacto em nossa felicidade.

Vamos então dar uma olhadinha nas áreas de consenso dessa nova ciência. 

                         RELACIONAMENTOS

Pessoas que tem um ou mais amigos, parecem ser as mais felizes. Parece não fazer qualquer diferença no número, isto é, se temos um montão de amigos ou não.

O que parece ser o grande diferencial, é SE e  COM QUE FREQUÊNCIA cooperamos e compartilhamos nossos sentimentos pessoais com um amigo ou parente.
Ou seja: não é a quantidade mas sim a qualidade que conta.

Um estudo a respeito da qualidade dos relacionamentos, demonstrou que, para evitar a solidão, precisa-se de apenas 1 relacionamento muito próximo, o resto podendo ser só de conhecidos.
Segundo Weiss, para formar um relcionamento forte e profundo, há necessidade de "auto revelação", ou seja, uma vontade de revelar problemas e sentimentos pessoais, sem o que, as pessoas, mesmo rodeadas de amigos, continuam sòzinhas.

                                     CUIDADOS 

Pessoas que voluntariam ou que simplesmente cuidam de alguém de forma consistente, parecem mais felizes e menos deprimidos.

Isto parece ser mais importante para pessoas mais velhas.
A maioria das pessoas que voluntaria, e aqui não importa em que, usualmente o faz de forma altruísta, para melhorar o mundo a seu redor.

No entanto, a moderna pesquisa sociológica tem demonstrado que o cuidar beneficia todos os envolvidos, pois voluntários tendem a ter maior bem estar mental, incluindo menos sintomas depressivos e maior satisfação com a vida.
Embora pensemos em "voluntariar"como fazendo parte de um grupo organizado, ou de um clube, na realidade pode ser tão simples quanto estender a mão para alguém que pareça solitário ou lutando com algum problema.

Pessoas que fazem esse tipo de coisas por tão pouco tempo quanto 1 a 3 hs por semana, beneficiam-se de várias formas, e a maioria dos estudos na área concorda que há uma associação significativa entre voluntariado e bem estar psicológico, embora isso seja mais visível em adultos velhos do que em jovens. (Morrow-Howell et al., 2003; Wheeler et al., 1998;Midlarsky, Kahana, 1993).

Por outo lado, é interessantissimo que, os destinatários de atividades voluntárias que foram incentivados a participar ou colaborar de alguma forma, tenderam a se sentir muito mais felizes do que os que receberam os benefícios de forma passiva, os quais, em alguns casos, tornaram-se ainda mais deprimidos.

                                    EXERCICIOS 

Exercício físico regular está associado a aumento da sensação de bem estar e a uma menor incidência de depressão. 

Embora não seja nenhuma surpresa que exercício melhora o humor, enorme quantidade de pesquisa vem sendo feita para descobrir as possiveis razões.

Alguns pesquisadores argumentam que o exercício funciona como "um desviador"de pensamentos negativos, ou que o fato de se adquirir uma nova habilidade é o que conta.
 
Há evidências indicando que, o contato social entre pessoas que participam de algum esporte, é um fator importante. 

Outras mostram que, durante exercício, o cérebro libera endorfinas, que são os opiáceos naturais de nosso organismo, e nos fazem sentir bem.

Pesquisadores na Duke University compararam o exercício físico a tratamentos com anti depressivos ou terapia cognitiva.
Seja lá como for, continua existindo muita controvérsia nessa área, e a comunidade científica ainda não decidiu se é o exercício que causa uma melhora no bem estar ou se é porque pessoas que se sentem bem tem maior propensão a se exercitarem.

O fato continua: exercício faz bem.

                                 FLUIDEZ

Quando estamos profundamente envolvidos no alcance de uma meta, ou empenhados num desafio,experienciamos um estado chamado de "fluidez", que aumenta quanto mais trabalharmos a longo prazo em busca de uma meta significativa (e se alguém já passou por vestibular e faculdade, sabe perfeitamente o significado disso).
Já se viu tão concentrado no que está fazendo que perdeu a noção de tempo? 
Quando é que lhe acontece isso?
Isso se aplica desde a um sujeito treinando artes marciais e tentando aperfeiçoar um chute, quanto a um violinista treinando uma música muito difícil, ou qualquer um de nós quando nos empenhamos em alcançar alguma meta de longo prazo.
Victor Frankl, que sobreviveu a um campo de concentração, uma vez disse: "O que se precisa, não é um estado sem tensão, mas sim o esfôrço e a luta para o alcance de um objetivo digno desse própio esfôrço".
Esta perda de autoconsciência que ocorre quando se está completamente absorvido em alguma atividade, intelectual, social ou física, é descrito na psicologia contemporânea como FLUIDEZ.
Para que ocorra, são necessárias as seguintes premissas: 
  • A atividade tem que ser voluntária, agradavel (ou intrínsecamente motivadora),
  • Exigir algum tipo de habilidade, ser um desafio (não uma impossibilidade tipo, na minha idade, decidir ser bailarina clássica),
  • Ter metas clara de como alcançar o sucesso. 
Há que se sentir no contrôle , ter resposta imediata e espaço para crescimento desenvolvimento.
Curiosamente, um estado de fluidez é caracterizado pela ausência de emoções, uma completa perda da auto consciência, embora em retrospecto,seja descrito como agradável e estimulante.
Evidência científica crescente tem demonstrado que pessoas que experienciam este estado de fluidez diáriamente, acabam por desenvolver outras características positivas tais como : 
  • aumento na capacidade de concentração,
  • maior auto-estima
  • melhora na saúde física.
 
ENVOLVIMENTO, SIGNIFICADO E ESPIRITUALIDADE

Pessoas se envolvem em caminhos epirituais e religiões pelos mais diversos motivos: fé, necessidade de oração orientada, apoio social, serviços comunitários, tradições culturais, amizades, compromissos com a comunidade, etc...etc...etc...
Seja lá qual for o motivo, estudos e mais estudos tem demonstrado que há uma estreita ligação entre praticas espirituais e/ou religiosas e felicidade.
Cientistas vem labutando para entender a associação e acham que as causas são:
  • Organizações religiosas oferecem forte apoio social a pessoas que pensam mais ou menos da mesma maneira, proporcionando inúmeras oportunidades para socialização, e sabe-se ser este um dos mais fortes pontos para a felicidade. 
  • Espiritualidade e Meditação proporcionam a oportunidade de engajamento em um ato meditativo, e já se sabe que meditação acalma, reduz stress e ansiedade e suporta o pensar positivo. 
  • Tanto espiritualidade quanto qualquer religião organizada, de alguma maneira proporcionam esperança, prespectiva e um sentido mais profundo de significado. 
Seja lá qual for a causa, o efeito é ótimo.

                CAPACIDADES E VIRTUDES

Trabalhos de psicologos positivistas como Martim Seligman tem demonstrado que as pessoas mais felizes são aquelas que descobriram suas capacidades ou pontos fortes (tais como humanidade ou justiça), e usam essas fôrças ou virtudes para um propósito maior do que seus própios objetivos pessoais.
Provávelmente você tem pontos fortes ou capacidades que lhe são tão naturais que nem os consideram como sendo.
Pense num momento em que esteve em seu ápice.

Que qualidades foram essas que lhe permitiram tal desempenho? 
Embora existam inúmeros talentos e capacidades em nós, humanos, as forças de carater e virtudes são as que se vêm valorizadas universalmente.
Quando Martin Seligman e Chris Preston se propuseram a descobrir e classificar os pontos fortes e virtudes valorizadas em todas as culturas, acabaram por criar uma classificação das virtudes básicas universalmente aceitas como tais, independentemente de diferenças culturais, raciais, religiosas.
Pesquisas atualizadas tem demonstrado que é mais provável que valorizemos um trabalho, um relacionamento, uma instituição ou mesmo um hobby, quanto mais este se alinhar com nossas capacidades e virtudes e que nos permite utilizá-las regularmente.
Isso quer dizer que uma das melhores maneiras de aumentar a felicidade a longo prazo, é usando nossas capacidades e virtudes de formas novas e nas mais diferentes situações, o que está em perfeita sintonia com a filosofia da psicologia positiva, que é o de focalizar no positivo e não no negativo.

                      OTIMISMO E GRATIDÃO

" Um pessimista vê a dificuldade a cada oportidade, enquanto um otimista vê a a oportunidade em cada dificuldade" Winston Churchill
Otimistas e pessimistas interpretam o mundo de formas completamente diferentes (E nesse caso, prefiro a piada do Juca Chaves que é auto explanatória. Pois havia um pai que tinha 2 filhos: um otimista e outro pessimista. E o pai querendo mudar um pouco o jeito de ambos, mas sem resultados, até que num Natal, teve a idéia brilhante: ao filho pessimista, deu uma linda bicicleta nova, vermelhinha, com 10 marchas, uma maravilha, e ao pessimista, um balde de cocô de cavalo. Ao ver a bicicleta, o pessimista desesperou-se, dizendo: agora sim estou danado! os meninos do bairro vão morrer de inveja e eu vou ser espancado, machucado e vão tomar minha bicicleta! Nisso, o otimista, tendo encontrado seu balde, entra aos gritos festivos de: Cadê meu cavalo? Cadê meu cavalo? Brilhante Juquinha).
Pesquisas recentes indicam que otimistas e pessimistas abordam problemas de formas diferentes, e como resultado, suas formas de lidar com adversidade e sucesso diferem totalmente.
Básicamente, otimistas acreditam que eventos negativos são temporários, limitados (como oposto a permear todos os aspectos da vida de uma pessoa) e gerenciáveis.
Naturalmente que, como tudo o mais, esses estados psicológicos existem num continuum, podendo aumentar ou diminuir dependendo das circunstâncias, e podem ser aprendidos, tanto um quanto outro.

Estilo de explicação Otimista: Encontrando Sentido em Situações Ruins

Dois estudantes tiraram notas bem baixas num exame. O primeiro pensa: "Sou mesmo um errado, sempre vou mal nessa matéria, nunca faço nada direito".

O segundo pensa: "Eta testezinho complicado.Bom, foi só um teste numa única matéria, custumo ir bem nas outras".
E sses estudantes demonstram o que os psicologos chamam de ESTILO EXPLICATIVO, que consiste nas atribuições que formamos a respeito do que nos acontece.
  • Aconteceu por minha causa (interno) ou por causa de alguém ou outra coisa ( externo)?
  • Isso sempre acontece comigo (estável) ou posso mudar o que causou isso (instável)?
  • Isso é algo que afeta todos os aspectos de minha vida ( pervasivo) ou é uma ocorrência única (limitado)? 
Pessimistas tendem a ver problemas como internos, estáveis e pervasivos, enquanto otimistas fazem o oposto.
O otimismo tem muitas vantagens:
  • É fator de proteção contra depressão e doenças coronarianas (Tindle et al., 2009). 
  • Mães otimistas dão a luz a bebês mais saudáveis  (Lobel, DeVincent, Kaminer, & Meyer, 2000)
  • Otimismo está ligado a longevidade  (Maruta, Colligan, Malinchoc, and Offord 2000) 
  • Facilita a recuperação em doenças  (Carver, Lehman, & Antoni, 2003)
  • Parece impedir o desenvolvimento de doenças crônicas  (Matthews, Raikkonen, Sutton-Tyrell, & Kuller, 2004)
  • Melhora a resposta imunológica  (Kohut, Cooper, Nickolaus, Russell, & Cunnick, 2002)
  • Protege contra o risco de desenvolver dependências, e produz melhores resultados nos que querem abandonar o problema (Ohannessian, Hesselbrock, Tennen, & Affleck, 1993); (Strack, Carver, and Blaney (1987)
  • Facilita a recuperação após eventos sentidos como extremamente disruptivos, tais como divórcio, mortes, etc...  (Litt and colleagues 1992) 

PODE UM PESSIMISTA SE TORNAR UM OTIMISTA? 
Martin Seligman, o pai da psicologia positiva, iniciou sua carreira estudando ansiedade, depressão  e stress, vindo a descobrir que o estilo explanatorio otimista descrito acima, funcionava como fator de proteção contra depressão em situações difíceis.

Para um psicólogo ou psiquiatra, entender a coisa é ótimo, mas um pouco insatisfatório, se os benefícios da coisa não puderem ser extendidos a outras pessoas, e assim, lá foi ele tentar descobrir se otimismo pode ser aprendido.
          E a boa nova é, sim, pode e como pode!
Assim, foi desenvolvido um curriculum para crianças na escola, para ensinar estilo explicativo otimista.
As crianças foram escolhidas como "população de interesse"porque suas personalidades são mais maleáveis e não ainda "solidificadas"como nos adultos.
O programa foi chamado de Program de Resilência da Pensilvania (Penn Resiliency Program-PRP), e funciona partindo da idéia que, instilar otimismo em crianças serve meio que como uma "vacina psicológica"para prevenir o aparecimento de depressão mais tarde, e embora muito mais pesquisa seja necessária, parece que funciona muito melhor do que os programas cujo foco é stress, auto estima ou uso de drogas.

          CONCLUSÃO: E DAQUI PRÁ ONDE?

Parece ser óbvio que ser otimista é melhor que ser pessimista, embora também tenha seu lado negativo, como demonstrado por um estudo no qual, adolescentes otimistas tomavam menos precauções que os pessimistas conta AIDS (Goodman, Chesney, & Tipton, 1995), assim que otimismo há sempre que vir associado a bom senso.
De qualquer formas, fato é que:


FELICIDADE PODE SER COMPREENDIDA, OBTIDA E ENSINADA
 






 

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