5 COISAS QUE TERAPIA NÃO CURA

http://www.abcmedicaltourism.com/es/breve_o_psicoterapia_psicoanalitica_focal.php

Tenho exaltado os benefícios da psicoterapia por anos, mas ela não é uma panaceia universal, para qualquer pessoa com qualquer problema em qualquer situação.

Na verdade, é importante saber se o terapeuta pode ou não ajudar numa situação, pois isso economiza tempo, dinheiro e frustração desnecessária.

Terapeutas, por sua propia natureza, tendem a querer ajudar cada pessoa que entre em seu consultório (Juro que é a mais pura verdade, por isso somos terapeutas, mas também é verdade que um bom treinamento nos faz saber o que pode ou não ser ajudado, por mais que nossa vontade intrínsica de ajudar a qualquer custo continue a nos incomodar) 

Aqui vão 5 coisas  nas quais terapia não vai ajudar muito:

1- NOSSA PERSONALIDADE 

Enquanto os distúrbios de personalidade  compõem uma boa parte do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais,
(DSM ), eles também tem sua própria categoria dentro desse livro de referência por uma boa razão: são realmente difíceis de mudar

Transtornos de personalidade são tipicamente mais arraigados e, portanto, mais difíceis de mudar do que a maioria dos outros transtornos mentais (Outro fato. Sempre preferi lidar com esquizofrênicos do que com qualquer distúrbio de personalidade, mormente os tipos classificados no Cluster B, que brevemente descrevo no final do artigo.)

Afinal, nossa personalidade - a forma como nos relacionamos com nós mesmos e com o mundo ao nosso redor - inicia-se na infância e é moldada por décadas de experiências, sabedoria e aprendizado.

Não  se pode esperar  desfazer décadas de desenvolvimento da personalidade em alguns meses de psicoterapia - talvez em anos. (Todos os melhores estudos na área mostram que, mudar, não muda mesmo, o que um excelente terapeuta, com a paciência de Jô e um amor divino em relação a humanidade pode fazer, é ensinar como usar essa personalidade de forma menos destrutiva. Isso é provado pelo fato numérico de terapeutas - digo reais, não os tudologos - que trabalham com distúrbios de personalidade. Em Nova York inteirinha tem um.).

Assim, embora a psicoterapia provavelmente não vai curá-lo de um transtorno de personalidade , pode ajudar a mitigar alguns dos piores aspectos do problema, ou reduzir  sua intensidade. 

Por exemplo, embora alguém com transtorno de personalidade narcisista continue achando que é melhor, mais bonito e mais brilhante do que todo o resto da humanidade, pode aprender a moderar o tom , diminuindo assim o problema que essas pessoas costumeiramente tem em relações socias e/ou de trabalho.

2- NOSSA INFÂNCIA  

 Sigmund Freud e muitos outros de sua época definiram que, muitos de nossos problemas de saúde emocional iniciam-se em nossa infância.

Por mais que gostássemos de tentar, no entanto, não podemos voltar atrás e corrigir uma infância miserável, assim, ela é o que é - um pedaço de nossa história.

O que se pode corrigir em psicoterapia,  é como se interpreta o que aconteceu em nossa infância. 

E se optarmos  por nos  apegar a essas questões, ou decidirmos crescer a partir  dos  insights obtidos, é decisão puramente pessoal. Mas,  a terapia não vai nos curar  de  pais inconsequentes, irmãos horríveis, da casa de infância em ruínas, ou do bairro violento onde crescemos.

3- DA OUTRA METADE DE NOSSO RELACIONAMENTO.

 São precisos dois para fazer com que um  relacionamento funcione de forma saudável - e continuar a crescer e seguir em frente depois que  a relação bateu de frente em algumas pedras no caminho.  

A psicoterapia pode ajudar os casais através momentos difíceis no relacionamento, mas somente se as duas pessoas concordarem em participar da terapia com uma mente aberta e uma vontade de trabalhar na relação.

Isto significa que ambos os parceiros também têm de estar dispostos a fazer algumas mudanças (e não apenas da boca para fora ).

Enquanto a metade de um casal pode entrar em terapia para trabalhar as  questões do relacionamento, não é tão eficaz como  as duas metades fazendo. 
 
Terapia com apenas um lado, geralmente, só ajuda essa pessoa a lidar melhor com seus problemas  ou questões (este é mais um band-aid do que uma correção de longo prazo). 
 
Ou pior, ajuda a decidir se o relacionamento em si vale a pena, já que  está sozinho/a mesmo .
http://rebiscoito.wordpress.com/2010/01/05/5-etapas-para-curar-um-coracao-partido/
4- UM CORAÇÃO PARTIDO 
Quase todos nós já passamos por isso - a sensação de que o coração acaba de ser arrancados do peito e alguém ainda sapateou em cima.
( O sapatear  é meu. O autor  é mais contido e usou o verbo pisar) 
Quando o amor morre, é um dos piores sentimentos do mundo. Infelizmente, raramente termina após  um par de dias. 
Mas, conversar com um terapeuta não vai ajudar muito nessa questão. 
 
O fim de um relacionamento é um desses momentos realmente difíceis na vida de quase todo mundo, onde não existem atalhos ou soluções rápidas.
Conversar com um amigo próximo,  focar em atividades (mesmo se  não sente vontade de fazê-las), e mergulhar  em coisas que nos mantenham ocupados,  são as  melhores opções.
E vai esperando que  o tempo opere  a  magica.
A terapia pode ajudar uma pessoa que fica atolada em ruminações de  detalhes do relacionamento acabado, anos depois que acabou.
Se uma pessoa não pode seguir em frente, conversar com um profissional pode ajudar  a melhor compreender a relação e trazer nova  perspectiva de vida.
5-PERDER ALGUÉM 
A proposta para a nova revisão do DSM sugere que o sofrimento natural causado por perda, pode tornar-se  diagnosticável como depressão, mas obviamente  tristeza  não é  considerada uma doença mental que necessite de tratamento
Apesar da sabedoria  das "5 fases do luto," a realidade é que todo mundo sofre e passa pelas perdas de forma diferente e única.
Como no amor, a psicoterapia não vai fazer muito para ajudar a acelerar os processos naturais do tempo e das perspectivas. 
 
Dor precisa de espaço para recordação e de tempo para lidar com seus propios pensamentos a respeito da pessoa que faleceu (em outras palavras, luto é  melhor trabalhado quando  é feito conscientemente e com paciência).
A terapia pode ajudar, no entanto, quando alguém  fica "preso" numa vida orientada para o luto ou para aqueles que,  mesmo anos depois, ainda não conseguiu superar a perda. 
 
Mas para a maioria das pessoas, a psicoterapia é desnecessária e um exagero para o que é um processo normal da vida e na vida.
 
 Como antidepressivos ou aspirina, psicoterapia  não é um  "tratamento"  que possa ser usado para qualquer desafio da vida .
Mas, mesmo em muitas das circunstâncias descritas acima, há exceçõesquando então a terapia pode ser uma alternativa a ser considerada

Dr. John Grohol é  CEO e fundador da Psych Central. Ele é  autor, pesquisador e especialista em saúde mental. Escreve sobre  comportamento, saúde mental e problemas de psicologia - assim como a intersecção da tecnologia e comportamento humano.Participa do conselho editorial da revista Cyberpsychology, Comportamento e Redes Sociais e é membro fundador e tesoureiro da Sociedade de Medicina Participativa.http://psychcentral.com/blog/archives/2011/12/06/5-things-therapy-wont-cure/
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                  TRANSTORNOS DA PERSONALIDADE

Os Transtornos de Personalidade são classificados tanto pelo ICD (Classificação Estatística Internacional das Doenças e Problemas de Saúde Relacionados), publicado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), quanto pelo DSM ( Manual Estatístico e Diagnostico das Doenças Mentais), publicado pela Associação Americana de Psiquiatria (APA).
Os transtornos de personalidade são definidos por experiências e comportamentos que diferem das expectativas e normas sociais de determinada cultura. Por exemplo: os assassinos em serie, diferem das normas culturais de qualquer sociedade, embora 75% de todos eles sejam encontrados nos USA, o que faz sentido, se entendermos a cultura básica daqui como sucesso a qualquer custo. Se alguém que me lê é velho o suficiente para lembrar do  Ayatolah Khomeini e seu fundamentalismo religioso,  vai entender o quanto um diagnostico psiquiátrico é ligado a cultura. Ninguem definiu o homem como tendo , no minimo, um distúrbio narcisístico da personalidade. Fez parte de um processo, num momento histórico.
Mas, digresso. Voltando ao que falávamos, os que apresentam  transtorno de personalidade, tem dificuldades nas áreas de cognição, emotividade, funcionamento interpessoal e controle dos impulsos.
Os transtornos de personalidade são inflexíveis e se infiltram na maioria das situações de vida, em grande parte devido ao fato de que tal comportamento é ego sintônico (ou seja, os padrões são consistentes com a integridade do ego do indivíduo) e são percebidos por ele como sendo apropriados.
Esses comportamentos usualmente resultam em extrema dificuldade de adaptação, o que leva a sérios problemas, incluindo ansiedade extrema, angústia e depressão.
Vou aqui falar basicamente do Cluster B do DSM, que são os distúrbios que mais transtornos provocam, não só para si mesmos, como para todo mundo por perto. Sao definidos como distúrbios dramáticos, emocionais ou erráticos. São eles:

http://screenrant.com/dexter-season-7-spoilers-deb-aco-144333/
Distúrbio da Personalidade Anti Social, caracterizado por um desrespeito generalizado pela lei e os direitos dos outros.

Distúrbio Borderline Personalidade , caracterizado por pensamento em "preto ou branco", instabilidade nos relacionamentos, autoimagem, identidade e comportamento muitas vezes levando a automutilação e impulsividade. Costuma ser diagnosticado 3 X mais em mulheres do que em homens, e isto na minha opinião, tal e qual na depressão, e porque mulheres procuram mais ajuda do que homens, não somos necessariamente mais malucas do que eles, fato demonstrado pelos homens se matarem 4 X mais do que as mulheres. 

http://www.fotosearch.com/illustration/prima-donna.html#comp:t647106
Distúrbio Histriônico da Personalidade, caracterizado por busca de atenção a todo custo, incluindo comportamento sedutor em horas e situações inapropriadas, e emoções superficiais ou exageradas.

http://ancienthistory.about.com/od/metamorphoses/a/zxfNarcissus_img.htm?liv=1
Distúrbio Narcisístico da Personalidade, caracterizado por um padrão invasivo de grandiosidade, necessidade de admiração e falta de empatia.)
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Ruhollah Khomeini,  ( 24/09/1902 - 03/05/1989, Tehrān), Shiita iraniano que derrubou o Shah Reza Pahlavi na Revolução Iraniana de 1979, tornando-se  comandante supremo do Iran , tanto politico quanto religioso, nos 10 anos seguintes. 

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